As espécies serão testadas sob diferentes formas de adubação e de posição na topossequência Foto Assessoria/Divulgação

Campos - Avaliar o desenvolvimento de cada espécie nas condições atuais de solo e clima é o objetivo de pesquisa para recuperação de áreas degradadas na região norte do estado do Rio de Janeiro, desenvolvida pela empresa do setor agroflorestal Tree+.
O projeto envolve pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com previsão do plantio de mais de 20 espécies nativas da Mata Atlântica, que serão testadas sob diferentes formas de adubação (orgânica e inorgânica) e de posição na topossequência.
Estudantes de mestrado em Agricultura Orgânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ufrrj) também participam. Segundo a diretora de Sustentabhilidade da Tree +, Adauta Braga, a região norte teve sua cobertura vegetação nativa drasticamente reduzida, sendo substituída principalmente por pastagens e plantações de cana-de-açúcar.
“O que restou da vegetação está altamente fragmentado e com grandes áreas degradadas, justificando a relevância dos experimentos para definição de espécies e metodologia de plantio mais adaptadas as condições da região”, diz Adauta Braga apontando que o projeto piloto será implantado na microbacia do Córrego Azurara, em Campo dos Goytacazes.
No local apontado, serão testadas as Angico Branco, Córdia, Camboatá, Grumixama, Jenipapo, Ingá do Brejo, Sapucaia, Pau Ferro, Angico Amarelo, Aldrago, Guapuruvú, Ipê Cinco Folhas, Farinha Seca, Paineira Rosa, Tarumã, Pitangueira, Jacarandá Bico de Pato, Caporoca Forragem, Angico Roxo, Cambucá, entre outras.
A diretora explica que, além das ações de conservação, a Tree + também desenvolve pesquisa junto à Universidade Federal de Viçosa (Ufv) para escolher clones mais adaptados à região visando o plantio de árvores para fins comerciais. “A empresa pretende atuar em uma área de 40 mil hectares”, pontua.
DETALHAMENTO - “Serão 25 mil hectares com plantios de árvores comerciais, formando uma integração lavoura pecuária e floresta – ILPF, em um mosaico intercalado com a implantação de 15 mil hectares de recuperação de áreas degradadas”, ressalta Adauta Braga acentuando que os 40 mil hectares terão certificação Conselho de Manejo Florestal (FSC) para obtenção de crédito de carbono.
A pesquisa no norte do estado já começou, inclusive com o preparo do solo e o plantio está acontecendo. O governo municipal não está envolvido diretamente; mas a diretora do Tree + afirma que (da mesma forma que o estadual) teve papel importante na atração de empresas como a Tree + com ajustes na regulação.
Adauta relata que o trabalho foi iniciado pelo município de Campos; mas que outros também terão experimentos similares na medida em que a empresa acesse outras áreas, por meio de aquisição, arrendamento ou parceria rural.
Questionada sobre o não envolvimento da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que é referência nacional em pesquisas, a diretora justifica: “Trata-se de uma tese de mestrado desenvolvida com a Embrapa e a Rural; porém, a Tree + tem conversado com a Uenf sobre outras oportunidades de trabalhos em conjunto”.
REPERCUSSÃO - Embora não tenha penetrado no assunto, o subsecretário municipal de Meio Ambiente de Campos, René Justen, considera o projeto “importantíssimo” no contexto da preservação ambiental e destaca que o governo municipal está cuidando da construção de um Parque Ecológico para se tornar um pulmão verde da cidade. Estará ocupando uma área com cerca de 320 mil metros quadrados na Avenida Arthur Bernardes.
Justen realça que o parque é fruto de uma parceria público-privada: “É um marco para toda a cidade. A obra foi iniciada pela construção do pórtico, que é um marco estrutural desse projeto ambicioso que está sendo realizado, dentro do conceito de cidades sustentáveis e vai ser um espaço de conforto, de lazer, esportivo e de natureza para toda população”.
O subsecretário resume que a obra é grande, em uma área equivalente a 40 campos de futebol: “Contamos com a colaboração de vários parceiros também para tornar esse sonho realidade”. O lançamento aconteceu no dia 1º de julho deste ano. O prefeito Wladimir Garotinho informa que está em busca de parcerias com Petrobras, Porto do Açu e outras empresas.
Na área do Parque está projetada a instalação de uma Escola Municipal de Educação Ambiental. A previsão é que o Parque seja concluído em dois anos. O prefeito anuncia que várias frentes já foram realizadas: “O Parque Ecológico da Cidade reúne conceitos sociais, econômicos, tecnológicos, de educação e, principalmente, de sustentabilidade”.
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