Município recebe cerca de 2.303 pessoas para estudar, das quais, 58,40% buscam cursos de graduação ou pós-graduação Foto César Ferreira/Divulgação

Campos – O município do estado do Rio de Janeiro com a menor taxa de deslocamento da população que precisa buscar algum tipo de estudo fora é Campos dos Goytacazes, na região norte. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada quinta-feira (9), com base em dados inéditos do censo de 2022.
A pesquisa dos resultados preliminares da amostra revela que 1,77% dos estudantes saem para estudar, a maior parte na busca por algum curso de graduação ou pós-graduação. Já o município recebe cerca de 2.303 pessoas para estudar, das quais, 58,40% buscam cursos de graduação ou pós-graduação; 52,01% são homens e 47,99% mulheres.
O levantamento mostra, ainda, que no recorte por raça, 53,49% são brancos, 37,21% pardos e 9,29% pretos; pessoas acima de 25 anos são maioria, com 54,04%. Também aparecem com baixo índice de deslocamento Rio de Janeiro (2,19%), Petrópolis (2,74%) e Itaperuna (2,90%).
Quanto ao índice maior de acolhida, além de Campos, estão Aperibé (28,96%); Areal (24,43%); Cambuci (23,99%); Porto Real (23,44%); Mendes (21,75%); Quatis (21,47%) e Sapucaia (20,62%). O IBGE destaca ainda dados sobre meio de transporte utilizado pela população para ir trabalhar, em Campos, a principal opção é carro particular.
Automóvel lidera (27,53%), seguido por bicicleta (21,07%) e ônibus (19,37%). A maior parte (58,84%) gasta até meia hora nesse trajeto; enquanto 2,9% informam levar mais de duas horas. Outros números são relacionados a trabalho e renda, com o município registrando 47,91% de ocupação.
Campos tem o 12º melhor resultado entre as 92 cidades do estado; o rendimento médio mensal de todos os trabalhos recebidos pelos trabalhadores foi R$ 2.531,74. Niterói é apontado em primeiro lugar, com R$ 5.371,43; os menores valores estão em São Francisco de Itabapoana (R$ 1.563,45), Varre-Sai (R$ 1.586,16) e São José do Ubá (R$ 1.668,15).
CAPITAL DOS SERVIÇOS - Apenas 18 municípios do estado superaram o valor de dois salários (R$ 2.424,00, valor corrente da semana de referência), entre eles Campos. O restante ficou entre um e dois salários. A análise de 2022 se estende às estimativas para o rendimento domiciliar per capita, amplamente utilizado em análises socioeconômicas.
Usado também como subsídios na elaboração de políticas públicas, o rendimento médio dessa variável em Campos atingiu R$ 1.385,75; estando Niterói na ponta (R$ 3.577,32). Entre menores registros são citados Japeri (R$ 786,34); Belford Roxo (R$ 915,03); São Francisco do Itabapoana (R$ 939,48) e Queimados (R$ 958,95).
Diretor de Indicadores Econômicos o economista Ranulfo Vidigal e Sociais do governo de Campos, resume que o resultado mostra porque a cidade é polo do norte fluminense, capaz de atrair empresas: “No aspecto econômico, Campos é a capital dos serviços do norte do estado do Rio de Janeiro, com uma população urbana superior a 400 mil habitantes”.
POLO LOGÍSTICO - O economista observa que, ao mesmo tempo, o município tem 190 mil pessoas que têm rendimentos com carteiras assinadas ou rendas do trabalho: “Melhor dizendo, rendas dos trabalhos, alguns com carteiras assinadas e outro contingente sem carteiras assinadas”, resume destacando o primeiro aspecto.
“Esse contingente de 190 mil pessoas nós poderíamos considerar como uma população ocupada da cidade”, pontua acrescentando: “Somando a isso os cem mil que são aposentados e pensionistas e juntando as duas remunerações, elas representam 600 milhões de demanda efetiva na cidade”.
Vidigal conclui: “Por isso tantas lojas de ponta, de caráter internacional, notadamente redes de farmácias de e supermercados querem se instalar na cidade, que é o entroncamento de rodovias importantes e um polo logístico. Podemos notar na chegada da cidade, com galpões que fazem estruturação e a distribuição de mercadorias por todo o interior do estado”.