Por douglas.nunes

Apesar de não ter um programa de empréstimos específico para fomentar o desenvolvimento das smart cities, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem ajudado na implantação de tecnologias inteligentes pelo Brasil, por meio da linha de crédito BNDES Inovação. Em 2013, os desembolsos para a inovação atingiram R$ 5,2 bilhões, alta de 59% na comparação com 2012.

“Empresas privadas pegam empréstimos das linhas de inovação e entes públicos das linhas de infraestrutura social do banco”, explica Irecê Loureiro, chefe do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do BNDES.

A carteira do BNDES Inovação encerrou 2013 com o resultado expressivo de R$ 15,8 bilhões Alexandre Brum / Ag. O Dia

“Qualquer empresa que queira, por exemplo, medir o transporte urbano em tempo real e elaborar projetos eletrônicos de atendimento de saúde pode recorrer ao banco. Damos a melhor linha para isso, que é a de Inovação. Por outro lado, damos créditos para o fornecedor que desenvolve tecnologias inteligentes. A ideia ter recursos em todas as pontas, tanto na oferta, quanto na demanda”, completa.

Além dos financiamentos, o banco atua como estudioso do setor. “Vemos essas tecnologias, como os smart grids e transportes urbanos controlados, como um vetor para o desenvolvimento e uma oportunidade para as empresas e cidades brasileiras”, diz Irecê, citando como exemplos os projetos de Búzios (RJ) e Aparecida (SP).

Para a chefe do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do BNDES, o Brasil está um pouco atrás — mas não muito — de outros países na implantação de tecnologias inteligentes. “Acho que ainda temos muito espaço para crescer, mas vejo um esforço dos administradores públicos, que percebem a importância dessas soluções para a qualidade de vida do cidadão. Os exemplos mostram que os investimentos se pagam rapidamente. Só as reduções das perdas já são um ganho muito importante”, explica.

Segundo ela, apesar dos projetos envolvendo emprego de tecnologias relacionadas à gestão energética serem os mais evidentes, há iniciativas em diferentes áreas, como o acesso à internet, impulsionado pelo Programa Nacional de Banda Larga.

“A questão da segurança cresceu junto com a de energia. Mas vemos muitas iniciativas de mobilidade urbana, que devem crescer ainda mais nos próximos dois ou três anos. Temos ainda a gestão de saúde e a automatização da educação, que também devem avançar”, finaliza.
A carteira do BNDES Inovação encerrou o ano com o expressivo resultado de R$ 15,8 bilhões, sendo R$ 10,6 bilhões em projetos aprovados e contratados. Os demais estão nas fases de análise, consulta, enquadramento e em perspectiva. O total desembolsado em inovação pelo banco (R$ 5,2 bilhões) em 2013 inclui o repasse de R$ 1,9 bilhão à Financiadora de Projetos e Pesquisas do Governo Federal (Finep).

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