Por douglas.nunes

Os governos brasileiros ainda têm um longo caminho pela frente no que diz respeito à prestação efetiva de serviços ao cidadão pela internet. A Pesquisa TIC Governo Eletrônico, realizada pelo CETIC.br, mostra que apesar de 94% dos órgãos federais e estaduais e 84% das prefeituras possuírem website, com grande quantidade de informações institucionais — como endereços e telefones — poucos vão além do e-mail para se comunicar com o cidadão. Além disso, apenas 32%, no caso dos entes federais e estaduais, permitem a realização de agendamentos para consultas, atendimentos e serviços pela web. Nas prefeituras, esse percentual cai para 14%.

“Ainda há um espaço substancial para a sofisticação dos serviços disponibilizados na web pelos órgãos”, diz o coordenador de projetos e pesquisas do CETIC.br, Fabio Senne. Enquanto o correio eletrônico é utilizado por 95% dos órgãos federais e estaduais, apenas 11% deles realizam atendimentos em tempo real, como chats online. Já nas prefeituras, 91% possuem um endereço de e-mail, mas apenas 10% possuem chats online.

As mídias sociais, que permitem muita interação com os cidadãos, já são utilizadas por 74% dos órgãos federais e estaduais, e 56% das prefeituras, com destaque para as redes de relacionamento, como o Facebook, o velho Orkut e o Google+, onde estão presentes 66% dos órgãos federais e estaduais, e 50% das prefeituras brasileiras. No entanto, diz Senne, ainda não é possível analisar o que de fato tem sido feito nessas plataformas: “As redes sociais são um ambiente que permitem muita interação. Essa é a primeira vez que uma pesquisa consegue medir a presença nas redes, mas ainda não conseguimos analisar concretamente o que tem sido feito”.

A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento propõe políticas de governo eletrônico para órgãos da União, como a de dados abertos, que, segundo a secretária Loreni Foresti, já é seguida em alguns estados e municípios.

“Muitas das nossas políticas estão reproduzidas em estados e municípios. Por exemplo, na política de governo de dados abertos, há estados que já estão bem à frente, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Isso começou lá atrás, quando começou a se falar de transparência das informações”, ressalta.

A Secretaria criou um guia que concentra todos os serviços do governo federal em um mesmo lugar, para ajudar tanto aos cidadãos, quanto às empresas.

“Hoje temos cerca de 500 serviços em um mesmo ambiente. São, em média, 15 mil acessos por dia. Os temas mais acessados são educação e previdência”, conta Loreni, acrescentando que os sistemas estruturantes, como, por exemplo, para compras online do governo, também já estão na internet.

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