Hoje eu trouxe uma resposta incrível de um mestre a seu discípulo. O discípulo diz que “os mandamentos dados à humanidade são difíceis e não conseguem ser cumpridos”. Ao que o mestre responde: "Isso é o que diz quem não tem vontade de fazer o que é direito; mais que isso, aquele que já rendeu obediência e submissão a seu inimigo. Pois aos homens não tem sido ordenado fazer nada mais do que aquilo que são capazes. Porque os mandamentos colocados ante nós são apenas dois, compatíveis com a liberdade e com a Justiça: o primeiro, que nos abstenhamos de fazer tudo aquilo que é mau, que não gostaríamos que fosse feito a nós mesmos; e o outro, que façamos o bem, aquilo que gostamos e teríamos prazer se fosse feito a nós. Quem é tão fraco para eximir-se de roubar ou mentir, ou para evitar ações devassas, ou para esquivar-se do ódio e da fraude?”
O mestre continua: “Observe! Todas estas coisas estão sob o controle da mente do homem e não dependem do vigor do corpo, mas da vontade da alma. Por mais que seja pobre, doente, velho e incapacitado, o homem é capaz de evitar fazer todas estas coisas. E da mesma forma como é capaz de eximir-se de fazer tais coisas, ele pode amar, abençoar, dizer a verdade e orar pelo bem de todos aqueles que conhece. E se estiver saudável e capaz de trabalhar, também pode contribuir com aquilo que possui e, com o vigor de seu corpo, pode ajudar àquele que está doente e debilitado.”
Trecho do livro Bardesanes e o livro de Tomé – O Filósofo-Gnóstico de Edessa e as Canções dos Atos de Tomé. Lançamento da Editora Garbha-Lux. Atualíssimo, não é? Embora tenha sido escrito no século III d.C. Os recados sempre são dados. Escutemos. Vamos!
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