Átila Nunes: O exato momento da reencarnação (parte 2)
Divaldo Franco refere-se a espíritos que auxiliam casais que necessitam de ajuda para diminuir suas aflições, unindo-se a corpos saudáveis e preenchendo uma família
Todo mundo já ouviu falar em bebê de proveta, não é? É um método de inseminação em laboratório que surgiu em 1978 na Inglaterra. Aqui no Brasil, apesar das resistências de grupos religiosos, ajudou as mulheres que apresentavam dificuldade em engravidar. E como funciona? Após a coleta, os espermatozoides são cuidadosamente selecionados e, em seguida, eles são unidos num óvulo. O processo é o mesmo ocorrido dentro do útero. A única diferença é que ocorre em laboratório.
A técnica foi criticada por muitos religiosos quando chegou ao Brasil, já que não tinha clara explicação e sincronização entre a fecundação e a união deste ser com um espirito. Era comum ouvir barbaridades como “quem aderir a prática segundo alguns ensinamentos, estará se colocando no lugar de Deus e praticando imoralidade”.
A visão espírita é diferente, embora também tenha havido questionamentos à época. O espiritismo é favorável a fertilização in vitro. Nada é por acaso, e o despertar da Ciência para estas descobertas é uma benção. O maior questionamento, entretanto, é se há participação da espiritualidade superior nesse processo.
Divaldo Franco refere-se a espíritos que auxiliam casais que necessitam de ajuda para diminuir suas aflições, unindo-se a corpos saudáveis e preenchendo uma família. Espíritos estão vinculados a esses embriões. Eles cumprem sua missão na vida do casal. E os embriões congelados? Acredita-se que apenas depois da formação do zigoto (ovo fecundado, porém não dividido), é que começa a união do espírito que deverá reencarnar ali. Se necessário permanecerá adormecido até que o processo comece.
Eurípedes Kuhn, que aborda esse assunto, ressalta que as considerações sobre os embriões congelados, já largamente experimentados pelos geneticistas e embriologistas: manipulação, aproveitamento, armazenamento e descarte. O embrião manipulado em laboratório poderá ter duas destinações: uma, para fertilização assistida, caso em que a ligação do espírito ocorrerá da mesma forma como se dá ao natural; outra, para produção de células-tronco, para fins terapêuticos, sendo de supor que não haverá espírito ligado a ele. Não há ninguém andando por aí sem alma.
Já as “barrigas de aluguel”, são mulheres férteis que se disponibilizam a ser canal para outros casais. Mais uma vez, também são bem vistas pelo Espiritismo. De outra forma, não poderiam ser auxiliadoras no processo de reencarnação. A gestação promove benéfico e profundo entrelaçamento espiritual de dois espíritos: o bebê e a mãe biológica. Há uma profunda ligação entre os espíritos envolvidos nesse processo. O embrião - contendo metade do genoma paterno e metade do genoma materno -, por si só, sagra a união pais-filho.
Conclui-se que não há erro de “endereço”. Deus nos permite usufruir dos avanços científicos. Ele nos permite evoluir através de infinitas possibilidades e uma delas, sem dúvida, é a fertilização in vitro. Como ressalta Fernando Rossit, precisamos estar atentos para não atribuirmos a todas as ocorrências danosas que nos alcançam a causas anteriores, isto é, de vidas passadas. Nem tudo é Lei de Causa e Efeito. Todos estamos sujeitos à diversas provações como acidentes e doenças.
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