“A doença de Alzheimer é a ladra mais inteligente, porque ela não apenas rouba de você, mas rouba exatamente o que você precisa para se lembrar do que foi roubado”. O autor dessa frase é o escritor americano Jarod Kintz.
O Mal de Alzheimer é uma doença cruel, mas pode ter causas espirituais, segundo Guta Monteiro na sua análise para o WeMystic. Ela tem razão quando diz que só quem já encarou esse monstro de frente sabe o quanto terrível é essa enfermidade e o desequilíbrio emocional que ela causa nos familiares.

Em outras enfermidades existe uma certa dignidade na luta pela saúde e, muitas vezes, uma chance de cura. Com o câncer, por exemplo, o paciente sabe contra o que está lutando e pode ou não vencer a batalha. Mas com o Alzheimer é diferente. Ele leva o que você tem de mais importante, algo talvez ainda mais valioso que a saúde: você.

Ele leva embora suas memórias, apaga os rostos conhecidos e faz você se esquecer da sua família e da sua história. Os mortos antigos voltam à vida e os vivos são, aos poucos, esquecidos. Esse é o ponto mais horrível da doença, quando você vê que o seu familiar tão amado esquece quem é você.

Eles também esquecem como viver, como comer, como tomar banho, como caminhar. Ficam agressivos, têm delírios e não sabem mais identificar o que é real e o que não é. Vão virando crianças e se encerram por completo dentro de si mesmos, até que não resta mais nada, diz Guta Monteiro.
E, como sabemos que todas as doenças físicas possuem uma causa espiritual, quais serão os motivos que levam alguém a adoecer de tal maneira a ponto de deixar de existir em vida? O espiritismo considera que o Alzheimer pode ter origem em conflitos do espírito. Uma somatização de questões mal resolvidas durante a vida que causam alterações biológicas. O espírito André Luiz, através de Chico Xavier, explicou que “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais”.

Dentro desse raciocínio, Guta Monteiro destaca que, sob o ponto de vista espírita, são duas as prováveis causas para o desenvolvimento do Mal de Alzheimer: a obsessão e a auto-obsessão.
Infelizmente os processos de obsessão espiritual fazem parte da encarnação, salienta Guta. Sejam inimigos espirituais antigos, de outras vidas, ou espíritos de baixa evolução que atraímos para perto em função da vibração que emanamos, o fato é que quase todas as pessoas são acompanhadas por um obsessor.

E é aí que entra o Alzheimer, quando a relação entre um encarnado e um obsessor é intensa e prolongada. Temos alterações orgânicas no cérebro. Quando somos bombardeados por pensamentos e induções doentias, a matéria reflete essas vibrações e pode ser alterada de acordo com elas.
Já na auto-obsessão, o processo é semelhante ao que acontece quando existe a influência de um espírito denso que perturba o encarnado. Nesse caso, o obsessor é a própria pessoa e seu padrão de pensamentos e emoções. Esta parece ser uma das principais causas espirituais do Alzheimer. A auto-obsessão é um processo comum em pessoas egocêntricas e portadoras de sentimentos como o desejo de vingança, orgulho e a vaidade.
Como o espírito é contrário a tais sentimentos, segundo Guta Monteiro, o chamado da missão da encarnação fala muito alto e inicia um processo de culpa, que não é identificado pela pessoa. Até porque sua vaidade e egocentrismo impedem que ela reconheça que algo não vai bem e que ela precisa de ajuda. E pronto, se instaura o processo demencial do Alzheimer.
O Alzheimer é uma rejeição à vida. Tristeza após tristeza, a pessoa vai tendo cada vez mais um sentimento de aprisionamento, uma vontade de “ir embora”, destaca Guta Monteiro. O portador de Alzheimer possui uma incapacidade de encarar a vida como ela é, de aceitar os fatos como são. Tão forte é o desejo de não mais existir que o corpo físico acaba por atender a essa vontade. O cérebro começa a se deteriorar de maneira irreversível e o final é um corpo vazio, que vive e respira sem que uma consciência esteja realmente ali.

A pessoa perde a consciência de si, do mundo e de toda sua história. A coisa chega a tal ponto que os espelhos devem ser retirados do alcance de um portador de Alzheimer, pois, não raro, eles olham no espelho e não reconhecem sua própria imagem. Eles esquecem o nome, esquecem sua história.
No Alzheimer, contudo, nada tem mais importância do que o amor. Ele é a única ferramenta possível contra essa doença tão terrível, diz Guta Monteiro. E é através dele que a família consegue se reunir em torno do portador e enfrentar os períodos de enorme tristeza que vem pela frente.