A morte é inevitável para todos, certo? E qual é o melhor destino para o corpo? Enterrá-lo? Cremá-lo? E a doação e transplantes de órgãos, que ajudam a prolongar a vida dos que dependem disso para sua sobrevivência?
Esses questionamentos são analisados no livro O que é o Espiritismo da Federação Espírita do Estado de São Paulo, divulgado no site Alternativa Espírita pelo Decio Pattini. É uma análise que remonta a fatos históricos que mostram as diversas formas de tratar os mortos ao longo dos séculos, ou melhor, milênios.
Os gauleses abandonavam os corpos de seus soldados mortos no campo de batalha, visto que só se importavam com a alma. O costume no Ocidente sempre foi de sepultar o corpo, um hábito antigo que remonta à pré-história, quando foi criado um ritual de sepultamento, o que demonstra que o homem daquele período, de alguma forma, já pensava na vida de além-túmulo – destaca Pattini.
A cremação é um costume antigo. Foi na Idade da Pedra Polida, entre 12.000 a 4.000 antes de Cristo, que o homem começou a incinerar os corpos de seus mortos. A cremação é comum em povos do Oriente, principalmente na Índia e no Japão. No Ocidente, porém, a cremação é adotada mais como uma opção, por falta de espaço nos cemitérios.
Na Doutrina Espírita, a cremação em nada prejudica o espírito. O processo de desligamento do espírito do corpo biológico tem início algum tempo antes do suspiro final, gradualmente, salienta Decio Pattini. Jamais é uma separação brusca, semelhante à união do espírito ao corpo no momento da encarnação, se operando célula a célula.
A escolha da cremação mostra, de certa forma, um desapego à matéria, isto é, porque o corpo sem vida não transmite sensações físicas ao espírito. Alguns espíritos ficam mais tempo "ligados" ao corpo que deixaram, chegando a acompanhar até mesmo o processo de sua decomposição. Destaca Pattini que essa ligação é apenas mental.
No próximo sábado, abordaremos a doação e o transplante de órgãos sob a visão espírita.
Átila Nunes