Os relatos a respeito dos transplantes também são antigos, mas muitas versões são baseadas a lendas e tradições sem registro científico. No site Alternativa Espírita, o Décio Pattini lembra que na Bíblia, Adão aparece como doador de órgão.
Outro relato conhecido é o dos irmãos gêmeos Cosme e Damião. Conta-se que, por volta de 300 D.C., transplantaram a perna de um soldado negro recém-morto em um idoso branco que havia perdido a perna no mesmo dia. Passaram à história como mártires e posteriormente foram considerados santos pela Igreja, por nada cobrarem de seus pacientes
A legislação brasileira dispõe sobre a doação de órgãos e transplantes. A doação pós-morte só pode ser realizada com a autorização familiar. Os transplantes começaram a ganhar importância com o primeiro transplante de coração em 1967, surgindo daí a discussão dos aspectos científico, ético e moral que envolvem a questão.
As preocupações da sociedade concentram-se mais nos aspectos éticos da questão, principalmente no que diz respeito ao diagnóstico de morte. Do ponto de vista científico, lembra Pattini, é a morte encefálica que define a irreversibilidade de uma enfermidade, levando o indivíduo em pouco tempo à falência múltipla dos órgãos.
Nesse caso, não há qualquer esperança de volta à vida. Para os espíritas, a causa da morte é a exaustão dos órgãos. E a morte, propriamente dita, “é apenas a destruição do corpo”. São sempre bem-vindos a doação e o transplante, até porque não acarreta nenhum dano ao perispírito do doador, que passa para o mundo espiritual de forma íntegra.
Aliás, a doação também traz benefícios ao doador, em razão da alegria e gratidão do receptor e de seus familiares. É graças ao doador é que passa a existir o prolongamento da vida do receptor, com o fim de seus sofrimentos orgânicos. Trata-se de um ato de caridade: um gesto de amor ao próximo, acima de tudo, pontua Decio Pattini.
A ciência busca continuamente a melhoria da vida do homem na Terra e os transplantes de órgãos são um exemplo disso. Sabemos que nada é obra do acaso. Assim, é que nos cabe fazer a nossa parte no auxílio ao próximo.