A busca pela beleza física é um fenômeno que atravessa culturas e épocas. A mídia (televisão, cinema, revistas e redes sociais), exerce um papel fundamental na construção e disseminação de padrões de beleza. Através de imagens cuidadosamente editadas e corpo perfeito, a mídia cria um ideal de beleza muitas vezes inalcançável e irreal.
Isso gera insatisfação corporal porque ao comparar suas próprias características físicas com as apresentadas pela mídia, muitas pessoas desenvolvem uma insatisfação com seu corpo, levando a baixa autoestima e problemas de imagem corporal.
A mídia também cria a impressão de que a beleza é sinônimo de sucesso e felicidade, levando as pessoas a buscarem desesperadamente se encaixar nesses padrões, muitas vezes através de dietas extremas, exercícios excessivos e procedimentos estéticos.
E é claro, que a indústria da beleza, impulsionada pela mídia, lucra com a insatisfação das pessoas, oferecendo uma infinidade de produtos e serviços que prometem a perfeição física.
O que é considerado belo em uma cultura pode não ser em outra. A pressão para ser atraente pode ser exercida por amigos, família, colegas de trabalho e até mesmo por estranhos.
O lado negativo da busca excessiva pela beleza física atinge a saúde física e a mental, como transtornos alimentares. A busca pela magreza ideal pode levar a transtornos alimentares como anorexia e bulimia.
A insatisfação com o próprio corpo pode levar a distúrbios da imagem corporal, como a dismorfofobia. Isso, sem falar nos problemas de saúde mental: a pressão por se encaixar em padrões de beleza irrealistas pode levar a ansiedade, depressão e baixa autoestima.
E aí chegamos aos procedimentos estéticos arriscados, onde a busca pela perfeição física pode levar pessoas a realizar procedimentos estéticos invasivos e arriscados.

A questão das cirurgias plásticas sob a ótica espírita é um tema complexo, já que nosso olhar é abrangente sobre a vida, a morte e a reencarnação, incluindo reflexões sobre o corpo físico e a beleza.
O corpo físico é visto por nós como um instrumento para a evolução do espírito, um veículo que nos permite experimentar a vida material. As modificações corporais, portanto, não alteram a essência espiritual.
Cada um de nós possui o livre-arbítrio para tomar suas decisões. O espiritismo não condena ou incentiva as cirurgias plásticas, mas sim convida à reflexão sobre os motivos que levam alguém a buscar essas intervenções. As ações de cada um geram consequências, conhecidas como karma.

As decisões relacionadas ao corpo físico, assim como qualquer outra, podem ter repercussões em vidas futuras. A busca pela felicidade é um desejo natural do ser humano, mas a felicidade verdadeira não se encontra na aparência física, mas sim no equilíbrio emocional, espiritual e social.
O espiritismo nos convida a olhar para além da aparência física e a valorizar a beleza interior. As cirurgias plásticas não devem ser vistas como a solução para todos os problemas. Muitas religiões associam a beleza física a atributos divinos. Na tradição cristã, a Virgem Maria é frequentemente retratada como uma figura de beleza radiante, simbolizando a pureza e a santidade. No Islã, a beleza é vista como um dom de Allah e um reflexo da ordem cósmica.

A beleza é uma experiência subjetiva e pessoal. O que é belo para uma pessoa pode não ser belo para outra. A espiritualidade pode nos ajudar a apreciar a beleza em todas as suas formas, incluindo a beleza da natureza, da arte, das relações humanas e de nós mesmos.