Arte coluna Além da Vida_Atila Nunes 07 setembro 2024Arte Paulo Márcio

Aqui no Brasil, o Estado é secular e laico. Secular, porque as instituições estatais cuidam apenas das questões mundanas, dos acontecimentos dentro do tempo histórico; e laico, porque não possui uma religião oficial. Por outro lado, não há como reconhecer que somos um povo muito religioso, salienta nosso irmão Roberto Tavares.
Um argumento que sustenta essa assertiva – diz ele - são os números do censo de realizado em 2022. Nosso país tem cerca de 580 mil instituições religiosos oficializados, ou seja, inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Esse número é maior do que escolas e unidades de Saúde.
Com uma população de mais de 213 milhões de habitantes, chama atenção termos tantas instituições religiosas, destaca Roberto Tavares. Na nossa Constituição, promulgada em 1988, a expressão “sob a proteção de Deus” é mais um argumento que mostra o quanto religiosa é nossa população. No artigo 5º, garante-se “a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Em 1857, por ocasião da publicação da primeira obra espírita do mundo, o Livro dos Espíritos, temos na Lei de Deus a liberdade. Para os espíritos superiores, toda pessoa deve ser livre, e jamais ser escravizada. O único limite dessa liberdade é a liberdade do outro. Roberto Tavares lembra que, para os espíritos, há entre dois indivíduos direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar, não havendo algum que goze da liberdade.
Por outro lado, os espíritos superiores nos falam que temos total liberdade de pensamento e de consciência. Esse último termo – consciência -, é o tipo mais íntimo de pensamento, que nos faz conhecermo-nos e julgarmo-nos. Assim sendo, somos totalmente livres para pensar, termos nossa consciência, ou seja, podermos escolher em que temos fé e como essa fé se dará, diz Roberto Tavares.
Para os espíritos superiores, o pensamento e a consciência são de caráter íntimo de cada um, e por isso, é absurdo constranger alguém a pensar diferente. Toda crença é respeitável, desde que seja sincera e conduza à prática do bem. Logo, devemos respeitar as crenças de todos, já que as carregam no coração, levando-as a se tornarem pessoas melhores, fazendo bem a elas.
O desrespeito à fé de nossos semelhante, e nisto também concordo com Roberto Tavares, é falta de respeito, ausência do sentimento verdadeiro de caridade e, acima de tudo, criminoso em vários sentidos.