A Ana Claudia Quintana Arantes é autora do livro ‘A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver’, devorado por mim em pouco mais de uma hora. Num dos capítulos, ela fala da terminalidade humana, a morte. Diz ela que é comum que todos ao redor da pessoa que morre a observem como se ela já estivesse morta. O problema maior do mundo à nossa volta, contudo, passa longe da doença física.
Muita gente não está viva de fato, mesmo com o corpo funcionando bem. É uma coisa terrível. Gente que enterrou suas dimensões emocional, familiar, social e espiritual. Gente que não sabe se relacionar, que tem dificuldade de viver bem, sem culpas nem medos. Gente que prefere não acreditar para não correr o risco de se decepcionar, seja em relação ao outro, seja em relação a Deus. Gente que não confia, não entrega, não permite, não perdoa, não abençoa.
Ana Claudia diz que é gente viva que vive de um jeito morto. “Temos mortos andando livres nas academias de ginástica, nos bares, nos almoços de família, de comercial de margarina, desperdiçando domingos por meses a fio. Gente que reclama de tudo e de todos. Gente que perpetua a própria dor se entorpecendo com drogas, álcool ou antidepressivos, tentando se proteger da tristeza de não se saber capaz de sentir alegria.” Salienta.
E é verdade. Vemos isso nos hospitais, em especial na sala dos médicos, na sala do café das enfermarias, nos vestiários. São lugares povoados por gente morta andando perdida, sem encontrar sentido em cada dia de trabalho. Na maioria dos hospitais e instituições que se intitulam ‘serviços de saúde`, o que mais está presente é esse cheiro de gente morta-viva.
Nos grandes escritórios – continua Ana Claudia Quintana Arantes, vemos pessoas cheias de razão econômica, política, administrativa. Esses também se empobreceram de vida e se enriqueceram de morte. Em um contexto no qual as pessoas não têm a chance de perceber que estão vivas, o cheiro característico da morte está mais presente. Mas onde a morte está de verdade, a vida se manifesta.
O desafio de fazer uma pessoa se sentir viva não é negar o processo de morte dela, dia a autora. Então, se desejamos estar presentes, seja trabalhando, seja vivenciando a morte de uma pessoa que amamos muito, os primeiros desafios são estes: saber quem somos, o que estamos fazendo ali e como faremos para que aquele processo seja o menos doloroso possível.
O passo seguinte é buscar saber qual é a nossa capacidade de transformar a maneira como aquela pessoa se vê - como um fardo, um peso, um mar de medos e arrependimentos - em algo de valor. Se nos sentirmos perdidos no meio disso tudo, observemos. Em uma sábia fala de um filme bem popular, Piratas do Caribe, um personagem lança luz sobre esse momento tenso: “Quando a gente está perdido, encontra lugares que, se a gente soubesse onde estavam, jamais teria encontrado”.
Aproveitemos o tempo em que nos perdemos – aconselha Ana Cláudia. Permanecer ao lado de alguém que está morrendo fará com que experimentemos muitas vezes essa sensação de estar perdidos. Não é o caso de fugir. É nesse espaço de tempo que conheceremos caminhos totalmente inéditos dentro de nós mesmos para chegar a um lugar incrível: a vida.
Ana Claudia diz que é gente viva que vive de um jeito morto. “Temos mortos andando livres nas academias de ginástica, nos bares, nos almoços de família, de comercial de margarina, desperdiçando domingos por meses a fio. Gente que reclama de tudo e de todos. Gente que perpetua a própria dor se entorpecendo com drogas, álcool ou antidepressivos, tentando se proteger da tristeza de não se saber capaz de sentir alegria.” Salienta.
E é verdade. Vemos isso nos hospitais, em especial na sala dos médicos, na sala do café das enfermarias, nos vestiários. São lugares povoados por gente morta andando perdida, sem encontrar sentido em cada dia de trabalho. Na maioria dos hospitais e instituições que se intitulam ‘serviços de saúde`, o que mais está presente é esse cheiro de gente morta-viva.
Nos grandes escritórios – continua Ana Claudia Quintana Arantes, vemos pessoas cheias de razão econômica, política, administrativa. Esses também se empobreceram de vida e se enriqueceram de morte. Em um contexto no qual as pessoas não têm a chance de perceber que estão vivas, o cheiro característico da morte está mais presente. Mas onde a morte está de verdade, a vida se manifesta.
O desafio de fazer uma pessoa se sentir viva não é negar o processo de morte dela, dia a autora. Então, se desejamos estar presentes, seja trabalhando, seja vivenciando a morte de uma pessoa que amamos muito, os primeiros desafios são estes: saber quem somos, o que estamos fazendo ali e como faremos para que aquele processo seja o menos doloroso possível.
O passo seguinte é buscar saber qual é a nossa capacidade de transformar a maneira como aquela pessoa se vê - como um fardo, um peso, um mar de medos e arrependimentos - em algo de valor. Se nos sentirmos perdidos no meio disso tudo, observemos. Em uma sábia fala de um filme bem popular, Piratas do Caribe, um personagem lança luz sobre esse momento tenso: “Quando a gente está perdido, encontra lugares que, se a gente soubesse onde estavam, jamais teria encontrado”.
Aproveitemos o tempo em que nos perdemos – aconselha Ana Cláudia. Permanecer ao lado de alguém que está morrendo fará com que experimentemos muitas vezes essa sensação de estar perdidos. Não é o caso de fugir. É nesse espaço de tempo que conheceremos caminhos totalmente inéditos dentro de nós mesmos para chegar a um lugar incrível: a vida.
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