As ciclovias e ciclofaixas são bons investimentos dos governos para garantir o deslocamento por bicicletaCésar Ferreira

As férias de verão e o Carnaval chegaram ao fim. Nas cidades de médio e grande porte, os motoristas e passageiros se depararam com um problema antigo: o trânsito caótico. A volta dos congestionamentos nos horários de pico traz, também de volta, uma velha reflexão: não seria mais fácil se as pessoas fossem pedalando para o trabalho ou a escola?
Uma boa resposta vem da quarta edição da Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, divulgada recentemente pela organização Transporte Ativo. O estudo destaca a crescente percepção da população brasileira sobre a bicicleta como alternativa viável diante das deficiências do transporte público e do trânsito congestionado nas cidades. Realizado entre agosto e novembro de 2024, o estudo abrangeu 18 cidades e contou com a participação de mais de 11 mil ciclistas. No estado do Rio, foram incluídas as cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e Seropédica.
Entre os principais achados, 54% dos entrevistados apontaram que a existência de infraestrutura adequada, como ciclovias e ciclofaixas, é o principal incentivo para utilizarem a bicicleta como meio de transporte. Além disso, 41,4% destacaram a rapidez e a praticidade como motivação para pedalar, enquanto 26,1% mencionaram benefícios à saúde e 21,5% citaram o baixo custo associado ao uso da bicicleta. A pesquisa também revelou que 78% dos ciclistas utilizam a bicicleta cinco ou mais vezes por semana, e 70% completam seus trajetos habituais em até 30 minutos.
Os resultados da pesquisa reforçam a importância de investimentos em infraestrutura cicloviária e políticas públicas que promovam o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável e eficiente. Isso já acontece em cidades como Campos, que vem ampliando o número de ciclovias e ciclofaixas nos últimos anos.
Como destaca o Transporte Ativo, muitos são os desafios. No entanto, é possível transformar as cidades brasileiras em ambientes convidativos aos ciclistas, onde todos possam utilizar a bicicleta diariamente com segurança e conforto. Com um planejamento urbano mais voltado à mobilidade sustentável, as cidades podem se tornar menos congestionadas, mais saudáveis e mais sustentáveis.