MPF pede condenação de Júlio Cocielo por crime de racismo Reprodução/Instagram
MPF pede condenação do influenciador Júlio Cocielo por crime de racismo
Apresentador é acusado pelo órgão de realizar "racismo recreativo" através de seu perfil no Twitter entre 2011 e 2018
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira (3) a condenação do influenciador digital Júlio César Pinto Cocielo por fazer declarações racistas em seu perfil no X (antigo Twitter). O processo corria em sigilo de Justiça desde dezembro de 2023, quando passou a ter tramitação pública.
De acordo com o MPF, nove postagens, publicadas entre 2011 e 2018, em que o apresentador teria praticado "racismo recreativo" foram analisadas. “Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, disse o procurador da República João Paulo Lordelo, responsável pela ação.
Agora, a MPF aguarda o julgamento do influenciador, que responde pelo crime de racismo. Cada postagem poderá gerar pena de até cinco anos de prisão para Cocielo.
O caso começou durante a Copa do Mundo de 2018, quando Júlio alega que o jogador francês afrodescendente Kylian Mbappé "conseguiria fazer uns arrastão top na praia". Após a repercussão do comentário, o influenciador apagou a postagem, deletou outros 50 mil tweets e publicou um pedido de desculpas.
O pronunciamento ainda foi este citado pelo MPF é interpretado como um sinal da "intenção deliberada de Cocielo em praticar os crimes quando postou os conteúdos no Twitter". "A minha ignorância foi combatida com conhecimento", declarou Cocielo, em 2018. "Sem querer, espalhei o ódio".
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