Google, proprietária do Youtube, decidiu seguir os passos do Netflix, que na quinta-feira tomou a decisão de reduzir a velocidade em todo os fluxos de transmissão na Europa - Reprodução
Google, proprietária do Youtube, decidiu seguir os passos do Netflix, que na quinta-feira tomou a decisão de reduzir a velocidade em todo os fluxos de transmissão na EuropaReprodução
Por O Dia
Muito se tem falado essa semana das lives onde sertanejos aparecem consumindo álcool desenfreadamente, assim como alguns usando palavras de baixo calão. No meio desse imbróglio todo, se falou dos cantores, das marcas, mas ninguém questionou o próprio YouTube, que é o meio usado para levar até a casa das pessoas as apresentações. Pois bem. A mídia social tem regras que normalmente são levadas à risca, já que muitos youtubers vivem reclamando do fato de não poderem usar certas palavras, palavrões, mostrar algumas imagens e termos porque rapidamente são desmonetizadas pela empresa como forma de punição.
Vale ressaltar novamente uma norma da empresa que diz: "Respeitamos as leis de bebidas alcoólicas vigentes e os padrões do setor. Portanto, não permitimos determinados tipos de publicidade relacionados a qualquer tipo de bebidas alcoólicas. Alguns tipos de anúncios relacionados a bebidas alcoólicas são permitidos desde que atendam às políticas abaixo, não segmentem menores de idade e segmentem apenas os países que têm permissão explícita para exibi-los. Publicidade irresponsável de bebidas alcoólicas: Retratar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso de modo favorável ou incluir competições e eventos cujo objetivo seja o consumo excessivo de bebidas alcoólicas". Nada do que a empresa prega foi usado durante as lives que geraram toda polêmica e fica a pergunta no ar: por que?
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Seria pelo fato da visibilidade que a 'novidade' das apresentações trariam para a mídia social? Não há como o YouTube falar que não tem responsabilidade pelo acontecido, porque aí cai numa história que por muito tempo gerou uma grande polêmica em todo o Brasil. Se um carro se encontra dentro do estacionamento de um shopping enquanto o cliente consome produtos no local e ao retornar ao carro o cliente percebe que algo aconteceu no veículo, como furto ou mesmo um vidro quebrado, o responsável pelo ocorrido é o shopping mesmo ostentando aquelas placas 'não nos responsabilizamos por avarias ou furto de objetos deixados no interior do carro'.
O caso se aplica ao YouTube! Eles são o meio de propagação! Então, ao meu ver, são responsáveis sobre o que é passado em sua plataforma tendo, no mínimo, que fiscalizar a identificação de conteúdos não indicados para menores de 18 anos. E não tem como eles falarem que não sabiam com antecedência do conteúdo das lives assim como os patrocinadores, já que em muitos casos, a própria empresa tem participado ativamente do processo através de um de seus departamentos.
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As emissoras de televisão e rádio no Brasil têm uma regulamentação para conteúdo e idade e são obrigadas a respeitar. Então, deve-se criar uma fiscalização para redes e mídias sociais, já que os mesmos não são capazes de lidar com seu conteúdo. O Instagram ainda tomou uma atitude no caso da live 'sensual' de Valesca Popozuda. Ao ser informado do conteúdo, a rede social imediatamente derrubou a transmissão da cantora. Vale, ainda, deixar outra pergunta no ar: as regras são para todos ou vão de acordo com os interesses da empresa? Porque para muitos Youtubers, esse tipo de ação geraria desmonetização imediata, assim como outras ações restritivas. As lives foram contra várias regras e nada aconteceu. Se você, caro leitor, tem boa memória, vai lembrar que o fato de Pablo Vittar aparecer por alguns segundos com um copo de vodca na mão no clipe de 'Parabéns' fez com que seu vídeo fosse restringido a menores de 18 anos, sendo sua visualização só permitida após o usuário logar-se ao sistema, o que não acontece com os conteúdos das lives aqui citadas.
Será que o Youtube aprendeu dar o jeitinho brasileiro nessas horas? Se sim, saibam que é algo do qual não nos orgulhamos. Afinal de contas: regras são regras. Em resposta aos questionamentos da coluna, o YouTube emitiu a seguinte resposta: "Todo o conteúdo disponível no YouTube deve estar de acordo com as diretrizes da nossa comunidade, que proíbem, por exemplo, o uso de drogas e álcool por menores. O YouTube permite que os criadores incluam no conteúdo do seu vídeo colocações pagas de produtos (product placement) e endossos, desde que estejam em conformidade com as nossas políticas de anúncios. Além disso, é de responsabilidade dos criadores de conteúdo e das marcas entender e cumprir com as obrigações legais de aviso de promoção paga, inserida no conteúdo".
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O que entendemos? Começou a jogo da batata quente, com um jogando na mão do outro. Aguardemos cenas dos próximos capítulos.