Lembremos sempre disto: a fé não cresce se permanecer estática; não podemos fechá-la dentro das paredes das igrejas, mas é preciso trazê-la para fora, vivê-la em caminho constante rumo a Deus
Com a Solenidade da Epifania do Senhor temos a figura dos Reis Magos que se põem a caminho para adorar o menino Jesus e nos deixam um grande exemplo a seguir. A aventura destes sábios do Oriente nos ensina que a fé não nasce dos nossos méritos nem de raciocínios teóricos, mas é dom de Deus.
O nosso caminho de fé começa quando damos espaço, com a graça de Deus, à inquietude que nos mantém acordados; quando nos deixamos interrogar, quando não nos contentamos com a tranquilidade dos nossos hábitos, mas nos envolvemos nos desafios de cada dia.
De fato, os interrogativos, mesmo espirituais, podem induzir à frustração e desolação, se não nos puserem a caminho, se não dirigirem o nosso movimento interior para o rosto de Deus e a beleza da sua Palavra. Na realidade, os Magos não se detêm a olhar o céu e contemplar a luz da estrela, mas se aventuram em uma viagem arriscada que não prevê à partida, estradas seguras nem roteiro definido.
O mesmo vale para a nossa fé: sem um contínuo caminhar e um diálogo constante com o Senhor, sem a escuta da Palavra, nem perseverança, ela não vai crescer. Não basta ter algumas ideias sobre Deus e uma oração que acalma a consciência; é preciso se fazer discípulo seguindo Jesus e o seu Evangelho, falar de tudo com Ele na oração, procurá-lo nas situações do dia a dia e no rosto dos irmãos.
Desde Abraão que se pôs a caminho para uma terra desconhecida até aos Magos que se movem seguindo a estrela, a fé é um caminho, a fé é uma peregrinação, a fé é uma história de partidas sucessivas. Lembremos sempre disto: a fé não cresce se permanecer estática; não podemos fechá-la dentro das paredes das igrejas, mas é preciso trazê-la para fora, vivê-la em caminho constante rumo a Deus.
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