A caridade é a origem e a meta do caminho cristão, e a nossa presença, realidade concreta de amor em ação, nos ajuda a não esquecer a rota, o sentido daquilo que sempre estamos a fazer. Não podemos esquecer que, na origem de cada uma das nossas ações caritativas e sociais, está Cristo que, "tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim".
Escrevendo à comunidade dos cristãos de Corinto, São Paulo afirma que a caridade é o caminho mais sublime para conhecer Deus e compreender o essencial da vida cristã. No Hino à Caridade, o Apóstolo destaca que a falta de caridade esvazia de conteúdo cada ação: permanece a forma exterior, mas não a realidade. Até as ações mais extraordinárias, a generosidade mais heróica, a distribuição de todos os bens para os dar aos famintos, sem a caridade não valem nada.
A caridade nos faz abrir os olhos, dilatar o coração, nos permite reconhecer no desconhecido com quem cruzamos o rosto de um irmão, com um nome, uma história, um drama ao qual não podemos ficar indiferentes.
Devemos sempre estar dispostos a ajudar de boa vontade, com o sorriso nos lábios, sem resmungar. A caridade é paciente, escreve Paulo, e a paciência é a capacidade de suportar as provações inesperadas, os cansaços diários, sem perder a alegria e a confiança em Deus.
Viver a caridade significa ser benevolente, reconhecendo, por exemplo, que, para trabalhar juntos de modo construtivo, devemos, primeiro, dar espaço ao próximo. Fazemos isso quando nos abrimos ao diálogo e à escuta, aceitando com flexibilidade as opiniões diferentes das nossas.
O cristão que vive mergulhado no amor de Deus não alimenta a inveja, não se vangloria nem se envaidece, porque não gosta de se colocar acima do próximo. Mas ao contrário, se aproxima do outro com respeito e delicadeza, com gentileza e ternura, tendo em consideração as suas fragilidades.