Neste tempo, começamos a nos preparar para o fim de ano: arrumamos nossas casas, pensamos na ceia e nos presentes. Mas precisamos preparar o nosso coração. Vamos refletir a figura de João Batista, que indicou aos seus contemporâneos um itinerário de fé semelhante ao que o Advento propõe a nós que nos preparamos para receber o Senhor no Natal. Esse itinerário nos chama para a conversão, que significa mudar de rumo e de orientação; e, portanto, mudar também o modo de pensar.
Converter-se significa passar do mal para o bem, do pecado para o amor de Deus. A conversão supõe a dor pelos pecados cometidos, o desejo de se livrar deles, o propósito de os excluir para sempre. Para isso, é necessário rejeitar as situações relacionadas com o pecado, é preciso recusar a mentalidade mundana, o apreço excessivo pelas comodidades.
João Batista é essa figura que nos revela o desapego: um homem austero, que renuncia ao supérfluo e procura o essencial. Ele nos indica o caminho de conversão através do desapego das coisas mundanas e a busca de Deus e do seu reino.
Mas isto não é fácil, a tentação nos derruba, assim como os vínculos que nos mantêm próximos do pecado: a inconstância, o desânimo, a malícia, os ambientes nocivos, os maus exemplos. Às vezes, o impulso que sentimos rumo ao Senhor é demasiado fraco e até parece que Deus se cala. Quantas vezes sentimos este desânimo! Mas não podemos desistir.
Antes de mais nada, recordemos que a conversão é uma graça: ninguém pode se converter com as próprias forças. É uma graça que o Senhor nos dá e, portanto, devemos pedi-la com força a Deus, para que realmente possamos nos converter à medida em que nos abrirmos à beleza, à bondade e à ternura de Deus.
Padre Omar