O Papa Francisco escreveu para o Dia Mundial das Comunicações Sociais uma mensagem refletindo sobre a inteligência artificial. Desde o início do ano, o pontífice insiste nessa temática tão atual e nos questiona sobre como podemos permanecer plenamente humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso.
Neste tempo rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão deve partir do coração. É com um olhar espiritual que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana. 
O coração, entendido biblicamente como sede da liberdade e das decisões mais importantes da vida, é símbolo de integridade e de unidade, mas evoca também os afetos, os desejos, os sonhos, e sobretudo é o lugar interior do encontro com Deus. Por isso, a sabedoria do coração é a virtude que nos permite combinar as decisões com as suas consequências.
Não podemos esperar esta sabedoria das máquinas. É certo que as máquinas têm uma capacidade imensamente maior do que as pessoas de memorizar os dados e relacioná-los entre si, mas compete ao ser humano decodificar o seu sentido.
A utilização da inteligência artificial poderá proporcionar uma contribuição positiva no âmbito da comunicação, mas é necessário valorizar o papel de sujeito do ser humano, com capacidade crítica, própria da comunicação.