Padre OmarWASHINGTON POSSATO

Hoje refletimos sobre a virtude da fé que, antes de tudo, é um dom de Deus. Ela conserva a nossa relação com Ele e nos possibilita ver o invisível. A fé faz parte das três virtudes teologais junto com a esperança e a caridade. Elas são os grandes dons que Deus concede à nossa capacidade moral. Sem elas, poderíamos ser prudentes, justos e fortes, mas não teríamos olhos que veem até no escuro, não teríamos um coração que ama mesmo sem ser amado, não teríamos uma esperança que ousa contra todo desespero.

O Catecismo da Igreja Católica nos explica que a fé é o ato com que o ser humano se abandona livremente a Deus. Nesta fé, Abraão foi o grande pai quando aceitou deixar a terra dos seus antepassados para se dirigir rumo à terra que Deus lhe teria indicado. Provavelmente foi julgado de louco: por que deixar o conhecido pelo desconhecido, o certo pelo incerto? Mas Abraão se põe a caminho, como se visse o invisível.

Assim também agiu a Virgem Maria que, recebendo o anúncio do Anjo, que muitos teriam rejeitado como um desafio muito exigente e arriscado, responde: “Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”. E com o coração cheio de fé, com o coração repleto de confiança em Deus, Maria também se põe a caminho por uma estrada a qual não conhece nem o trajeto nem os perigos.

A fé é a virtude que faz o cristão. Pois ser cristão não é aceitar uma cultura, com os valores que a acompanham, mas ser cristão significa acolher e preservar um vínculo com Deus. Por isso, a fé é o primeiro dom recebido na vida cristã: um dom que deve ser acolhido e pedido diariamente que se renove em nós.