Podemos dizer que a humildade é a porta de entrada para todas as virtudes. Enquanto o orgulho e a soberba inflam o coração, nos fazendo parecer mais do que somos, a humildade coloca tudo na dimensão certa: somos criaturas maravilhosas, mas limitadas, com qualidades e defeitos.
Nas primeiras páginas dos Evangelhos, a humildade e a pobreza de espírito parecem ser a fonte de tudo. O anúncio do anjo não é feito para uma rainha, mas a uma jovem desconhecida: Maria.
A primeira a ficar abismada é ela própria, quando o anjo lhe traz o anúncio de Deus. E no seu cântico de louvor é isso o que vemos: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porqueolhou para a humildadede sua serva”. Deus - por assim dizer - é atraído pela pequenez de Maria, que é sobretudo uma pequenez interior.
Maria tem o cuidado de não se envaidecer. A sua primeira decisão após o anúncio angélico é ajudar. Maria visita sua prima Isabel: assiste-a nos últimos meses de gravidez. Mas quem vê este gesto? Ninguém, a não ser Deus.
Nem sequer a verdade mais sagrada da sua vida - ser Mãe de Deus - se torna motivo de vanglória diante dos homens. Em um mundo que busca a aparência para se demonstrar superior aos outros, Maria caminha, com a força da graça de Deus, na direção oposta.
Podemos imaginar que ela também viveu momentos difíceis, dias em que a sua fé avançava na escuridão, mas isto nunca fez vacilar a sua humildade. Maria conservou-se sempre pequena, despojada e livre de ambições. Como seu Filho, ela nos mostra que a humildade é a fonte de tudo.
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