No início do ano, é oportuno refletirmos sobre a virtude da fé, uma das virtudes teologais, ao lado da caridade e da esperança. São chamadas “teologais” porque só podem ser vividas graças ao dom de Deus. Estas três virtudes, oferecidas generosamente por Deus, capacitam-nos para viver de maneira plena, nos direcionando ao seu amor.
Sem a fé poderíamos ser prudentes, justos, fortes e temperantes, mas não teríamos olhos que veem até no escuro, não teríamos um coração que ama até quando não é amado, não teríamos uma esperança que ousa contra todo desespero.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a fé é o ato pelo qual o ser humano se entrega livremente a Deus. Nesta fé Abraão foi o grande pai, quando aceitou deixar a terra dos seus antepassados para se dirigir rumo à terra que Deus lhe teria indicado, mesmo sem saber o que o aguardava. Sua fé fez com que ele se pusesse a caminho, como se já pudesse ver o invisível, confiando plenamente na promessa divina.
Outro exemplo de fé inabalável é a Virgem Maria. Quando o Anjo lhe anunciou que seria a mãe do Salvador, ela não hesitou, apesar da magnitude e das dificuldades do chamado. Em um gesto de total entrega, Maria disse sim. Ela confiou de forma incondicional em Deus, mesmo sem compreender o caminho e os obstáculos que teria pela frente.
A fé é a virtude que faz o cristão. Ser cristão não se resume em adotar uma cultura ou seguir costumes, mas, acima de tudo, é manter um vínculo pessoal com Deus. A fé, é ainda o primeiro dom recebido na vida cristã que deve ser acolhido e pedido diariamente que se renove em nós.
Que, neste novo ano, possamos renovar nossa fé, buscando vivê-la de maneira mais plena, como Abraão e Maria, confiando no Senhor, mesmo nos momentos de incerteza.