Vivemos em tempos marcados pelo excesso. A todo momento, somos bombardeados por estímulos que nos convidam a ultrapassar limites, seja no consumo, nas emoções ou nas palavras. Nesse cenário, a virtude da temperança surge como uma bússola indispensável para quem busca equilíbrio e serenidade na vida.
O Catecismo da Igreja Católica nos diz que “a temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração.”
A temperança é, acima de tudo, a virtude da medida certa. Pessoas temperantes não se deixam levar pelo impulso ou pela euforia momentânea; agem com sabedoria e ponderação, valores essenciais para a construção de relacionamentos sólidos e uma vida harmoniosa. Em um mundo onde tanta gente se enaltece por dizer o que pensa, a pessoa temperante prefere, ao contrário, pensar no que diz.
A pessoa temperante sabe pesar e dosar bem as palavras. Não permite que um momento de raiva arruíne relacionamentos e amizades que depois só podem ser reconstruídos com dificuldade. A sabedoria do temperante se reflete na sua capacidade de evitar a palavra imprudente, sabendo que, muitas vezes, a verdadeira paz começa com o silêncio prudente.
Portanto, o dom do temperante é o equilíbrio, uma qualidade tanto preciosa quanto rara. Tudo, no nosso mundo, impele ao excesso. Ao contrário, a temperança combina bem com atitudes evangélicas como a pequenez, a discrição e a mansidão. Somos convidados a reconhecer que o que é bom vem de Deus, e que a verdadeira felicidade não está nos excessos, mas na capacidade de viver na medida certa.
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