Arte coluna Padre Omar 19 abril 2025Arte Paulo Márcio

Na noite Santa da Páscoa, somos convidados a olhar para o exemplo das mulheres do Evangelho — aquelas que, mesmo diante do luto e da dor, foram ao sepulcro de Jesus ao amanhecer, levando perfumes para ungir o seu corpo. No entanto, o que encontraram foi muito além do que esperavam: o túmulo estava vazio.
O primeiro anúncio da Ressurreição é feito, não com uma fórmula a decifrar, mas sob um sinal contemplativo. No cemitério, junto do túmulo, as mulheres encontraram removida a pedra da porta do sepulcro e não acharam o corpo de Jesus. Podemos dizer que a Páscoa chega com o dom de uma esperança surpreendente. Mas nem sempre é fácil acolhê-la. Às vezes, esta esperança não encontra espaço em nosso coração. Em nós, como nas mulheres do Evangelho, prevalecem interrogações e dúvidas.
Muitas vezes, vivemos presos a uma visão limitada da realidade — fixamos os olhos para baixo, carregados de preocupações, desânimo e rotina. Como aquelas mulheres, também nos deixamos paralisar diante dos "túmulos" da vida: o desânimo, a solidão, os fracassos. E assim, acabamos enterrando a nossa própria alegria.
Mas, nesta noite, o Senhor quer nos dar olhos diferentes, iluminados pela esperança de que o medo, o sofrimento e a morte não terão a última palavra sobre nós. A nossa esperança se chama Jesus. Ele entrou no túmulo do nosso pecado, chegou ao ponto mais distante onde andávamos perdidos, carregou o peso das nossas dores e, dos abismos mais escuros da nossa morte, despertou-nos para a vida.
Façamos Páscoa com Cristo! Ele está vivo e ainda hoje passa, transforma e liberta. Com Ele, o mal não tem poder, o fracasso não pode nos impedir de recomeçar, a morte se torna passagem para o início de uma vida nova. Porque com Jesus, o Ressuscitado, nenhuma noite é infinita; e mesmo na escuridão mais densa, brilha a estrela da manhã.
Feliz Páscoa!