Gastão Reis, colunista de O DIA divulgação

Amartya Sen é um economista indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, em 1998, por suas pesquisas em Economia do Bem-Estar. Ele vem insistindo nos avanços expressivos dos países que optaram pela livre iniciativa, e que foram capazes de, simultaneamente, ampliar os investimentos sociais. Estava na
oposição aos economistas que defendiam a proposta de primeiro crescer para depois distribuir, muito em moda no Brasil das décadas de 1960 e 1970.
Sua concepção de desenvolvimento foi além das receitas em moda. Em entrevista dada, em 2 de maio de 2012, à revista Veja, ele enfatizou a importância de incluir a extensão das liberdades para trabalhar, consumir, dispor de Saúde e Educação de qualidade e liberdade de expressão de pensamentos. Trata-se de uma receita de sucesso se levarmos a sério o desenvolvimento inclusivo. E também um alerta, mais de
dez anos atrás, para a Terra Brasilis, que fala muito em desigualdade sem tomar as devidas providências para reduzi-la para valer, em especial nas áreas de Educação pública de qualidade e infraestrutura.
Desmonta mitos como o do papel favorável do autoritarismo no processo de crescimento da Economia chinesa. O cerne dos avanços foi sua abertura e receptividade aos mercados. Assim como a Índia acelerou seu processo de crescimento ao definir políticas mais favoráveis aos investimentos privados. Dá bem a medida da total desatualização de Lula em matéria de economias que funcionam a favor do bem-estar de seu povo. O entusiasmo pela administração “democrática” de Maduro na Venezuela revela aguda assintonia com os fatos.
Ao longo da entrevista, Sen tece considerações a respeito do debate, sempre redivivo, entre keynesianos e friedmanianos. Os primeiros favoráveis à presença impulsionadora dos governos na Economia, ao passo que seus opositores preferem minimizá-la, deixando como protagonistas a livre iniciativa e os mecanismos de
mercado. Ele nos diz que Friedman e Keynes têm pouco a acrescentar nessa área.
Em suas próprias palavras: “Para saber como deve agir o Estado, é preciso buscar respostas em Adam Smith ou em Arthur Pigou (economista inglês, 1877-1959), que tratou de questões como pobreza, desigualdade, qualidade da moradia e da educação. Keynes nada acrescenta sobre tais temas”.
Novamente, salta aos olhos o descuido de décadas dos governos brasileiros em relação a essa temática que realmente permitiria a inclusão da maior parte de nossa população nos benefícios que o desenvolvimento pode trazer. No fundo, Sen nos remete às funções clássicas do Estado recomendadas por Adam Smith: infraestrutura, Educação de qualidade e segurança. E deixar à iniciativa privada e às forças de mercado aquilo que conseguem fazer muito melhor que governos. Dá bem a medida dos erros crassos que nossos governos vêm cometendo há décadas.
Além de falharem redondamente em Educação, segurança e infraestrutura, infernizaram a vida da iniciativa privada com muita bu(r)rocracia e carga tributária escorchante, inclusive sobre os mais pobres. E foi assim que nos tornamos colecionadores de décadas perdidas.

Gastão Reis é economista e palestrante
Nota: Digite “Dois Minutos com Gastão Reis: “Corrupção: Já foi muito diferente”. Ou pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=Oos9-rQIQzc&t=219s
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Autor: Gastão Reis Rodrigues Pereira Empresário e economista . E-mails: gastaoreis@smart30.com.br// ou gastaoreis2@gmail.com
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