Treze anos após a queda do Airbus da Air France, no Atlântico, em 2009, matando mais de duzentas pessoas, passou a ser uma data importante para o amigo Fred. Ainda esses dias, a Justiça francesa inocentou o fabricante do avião e a empresa de transportes como culpadas da queda no mar. Então, no início deste feriadão, quem apareceu na caverna para recordar momentos que antecederam a tragédia? Fred, é claro. É que ele foi um sobrevivente. Explico: a poucas horas de embarcar para Paris, no Galeão, pela companhia francesa, ele optou em viajar por outra empresa, que decolou horas antes. Entenderam?
Então, agora, quando a Justiça francesa finalizou o processo do acidente, quase quatorze anos passados, o amigo resolveu lembrar aquela manhã de decisão que salvou sua vida. Ficamos na varanda, Eu, de início, comi uma ou duas tâmaras em caldas, e bebi chá de cidreira. Ele, lombo canadense, defumado, regado a cervejas. Ih, meu amigo chegou por aqui lá pelas 5 horas da tarde. Como sempre, trouxe o tira-gosto e
as bebidas. Escureceu e ainda continuamos conversando. A iluminação pública, restaurada dias antes, ajudou a clarear o quintal e mostrar nossa presença no local. Os vizinhos que não viajaram no feriadão, notaram que estávamos na área. Como de costume, vieram conferir. Caramba, quase virou festa e rolou grande parte da noite. Mais salgadinhos e mais cervejas. E esqueci do chá.
as bebidas. Escureceu e ainda continuamos conversando. A iluminação pública, restaurada dias antes, ajudou a clarear o quintal e mostrar nossa presença no local. Os vizinhos que não viajaram no feriadão, notaram que estávamos na área. Como de costume, vieram conferir. Caramba, quase virou festa e rolou grande parte da noite. Mais salgadinhos e mais cervejas. E esqueci do chá.
Eu já contei essa história do Fred. Omessa, resolvi relembrar o caso. Ele ainda trabalhava na Marinha Mercante suíça. Passava uns 6 ou 7 meses viajando pelo mundo. Nas folgas, voltava ao Brasil e permanecia um tempão em casa, aqui no Principado da Água Santa. Em junho de 2009, o amigo teria que voltar ao trabalho, indo de avião até Paris e fazer conexão para Marselha, onde estava atracado sua embarcação. Passagem comprada para o dia 1º, chegou ao Galeão com antecedência. Teve tempo de ver que outra empresa aérea, brasileira, tinha vaga em voo que partiria bem antes. Trocou a passagem e foi à luta! Quando a notícia da queda do voo 447 da Air France estourou no noticiário mundo afora, e foi manchete nos noticiários no Rio, os amigos entraram em choque. Pronto: Fred morreu!
Amigos iniciaram a troca de informações, uns ligando para os outros, todos sem saber como avisar a Hélia, a mulher dele. Quando eu liguei, sem saber o que falar, ela foi firme, como se já soubesse o esperado
"pêsames ": - Ele ligou já chegou em Paris e fez a conexão, obrigado. - Ufa, quem ficou desconectado fui eu. Hoje em dia, morremos de rir, sem trocadilho. Mas, naquela manhã do dia 2... - Abre outra cerveja aí, ô Fred.
Amigos iniciaram a troca de informações, uns ligando para os outros, todos sem saber como avisar a Hélia, a mulher dele. Quando eu liguei, sem saber o que falar, ela foi firme, como se já soubesse o esperado
"pêsames ": - Ele ligou já chegou em Paris e fez a conexão, obrigado. - Ufa, quem ficou desconectado fui eu. Hoje em dia, morremos de rir, sem trocadilho. Mas, naquela manhã do dia 2... - Abre outra cerveja aí, ô Fred.
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