Desafio os falsários de todos os ramos e lábias a falsificarem o ovo cozido. Digo isso porque a variedade de produtos, serviços, boletos e até gente falsificados que chegam pela porta, pela internet e pelo telefone é de deixar doida qualquer gente sã. O último caso foi o do sabão em pó. Fiscais da Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor apreenderam 18 toneladas de sabão em pó falsificado em um supermercado atacadista na Zona Norte do Rio de Janeiro. O equivalente a 11.250 caixas de 1,6kg.
- Deveriam usar esse sabão apenas para lavar roupas de marcas famosas falsificadas – brincou Ibiapina.
Um caso remeteu a outro e, de repente, a reunião do conselho, que tem sido realizada provisoriamente na cozinha durante o inverno do Principado de Água Santa, e que estava meia bomba, ficou animada.
Cada um trouxe um caso diferente: os queijos, relógios, cerveja (mudam os rótulos), carne seca, gato por lebre ...
Para embalar a discussão, a patroa tirou do forno uma fornada de pães de queijo e trouxe chocolate quente para a mesa. Esses, no entanto, legítimos.
O Júlio lembrou de um caso recente da política fluminense...
- Diplomas! E daqueles importados!
- Não é novidade. Muitos já hidrataram seus currículos com certificados de terras que sequer visitaram.
Já soube de espertalhão que falsificou cães, disfarçados, com anilina, de filhotes de Pastor Alemão. Até cartão de vacina!
Nelson lembrou dos relógios valiosos, alvos fáceis de espertalhões, tanto os que vendem, quanto os que compram para pagar de bacana na festa da firma.
- Tem os suíços fabricados em São Paulo – lembrou.
Entre os mais falsificados Fred destacou o vestuário:
- Quem aqui não lembra do episódio de ternos de marcas falsificadas vendidos sob encomenda para nossos parlamentares da Assembleia Legislativa? Lembravam aquele ditado, por fora bela viola por dentro pão bolorento.
Adilsinho mandou:
- Nem os remédios escapam!
- E põe na conta, o mel de abelhas, o tênis, nem é bom lembrar sacramentou o Júlio.
Não deixei de dar o meu pitaco: os Dólares e Reais.
E Nelson acrescentou, numa segunda rodada: médicos e as esteticistas fajutas.
Será que estão falsificando o feijão?
O vizinho de bombordo, que chegou atrasado na reunião, encerrou o assunto:
- Vai chegar o dia que inventarão o falso malandro...
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