O nosso destino, no entanto, não foi exatamente o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, conhecido como Pavilhão de São Cristóvão, mas a feira que funciona paralelamente ao eventoARTE KIKO
Pensei em uma aventura na Feira dos Nordestinos. Não a do Pavilhão. A que acontece aos domingos, paralela. Tem de tudo, novo ou usado. Domingo passado, 6 horas da matina, clima ameno e chuvisco leve. Duas kombis levavam 14 amigos para uma aventura no bairro imperial da cidade: São Cristóvão.
O nosso destino, no entanto, não foi exatamente o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, conhecido como Pavilhão de São Cristóvão, mas a feira que funciona paralelamente ao evento. Incrível foi o papo ao vivo e a cores, entre os amigos, mesmo em veículos distintos. O principal tema: ainda a Inteligência Artificial. Dessa vez, foi culpa do Fred, que puxou o assunto. Pelo zap, com imagens, mandou:
— Nós, humanos, abastecemos as informações para IA — disse. Fez uma pausa só para saborear a reação de admiração e apoio da parte dos amigos. E prosseguiu:
— Experimentem mandar informações falsas ou erradas para a tal IA...
Silêncio entre os dois grupos nas kombis. O Ibiapina não deixou o silêncio durar. Retrucou:
— Vamos mandar a ética para essa novidade tão antiga.
Esclarecendo em seguida:
— Ética é obediência a tudo que não é obrigado.
Não que o assunto não fosse importante, mas pensei, espero chegar logo ao destino, caso contrário, a viagem seria recheada de aulas, com parte da turma presencial num veículo, e o restante via zap, no outro.
Mas fomos todos salvos. Melhor, pela ideia de alguns amigos que defenderam uma parada técnica para abastecimento. Não das kombis.
Mas onde? No primeiro bar, ora bolas.
Nessas ocasiões, confesso, eu trago, preso no cinto, o meu cantil térmico. Sempre o levo abastecido com a água mineral da fonte do Principado da Água Santa. Sou prevenido. Já passei fome e sede trabalhando nas ruas. A ideia de parar antes da feira foi aplaudida e confirmada, por unanimidade. E lá fomos, direto até a Rua São Cristóvão, Barzinho quase tido "pé no chão", ao lado da 17ª DP. O local, velho conhecido meu, tinha o apelido de Habeas Corpus. Por quê? Ora, era ali que a turma do JB, na minha época, parava para umas cervejas nas noites das sextas-feiras. O apelido tinha um fundamento, claro. Estávamos ao lado de uma delegacia de polícia.
Portanto, qualquer problema com as esposas, a desculpa estaria pronta:
— Estávamos trabalhando e passamos no bar para matar a sede.
Entenderam o HC? E fomos ficando no bar. Cervejas, pastéis, conversa, bolinhos de batatalhau, salaminho, mais conversa... ora bolas. Ambiente familiar, mais do que seguro, papos agradáveis, preços módicos. Nada melhor. Por que andar na feira, com chuva? A parada técnica para abastecimento acabou sendo o ponto final.
O dono do bar, que me reconheceu dos velhos — ou novos — tempos, ficou feliz com o movimento grande em uma manhã de domingo. Abriu logo um crediário para a turma.
Que bom. Assim, com o "pendura" garantido, poderemos voltar com mais frequência. Ah, e dar folga para a caverna. Nada melhor que habeas corpus garantido.
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