O governador reeleito Cláudio Castro (PL)Carlos Magno / Governo do RJ

A trajetória de Cláudio Castro na política é meteórica. Em 2016, foi eleito vereador do Rio — e, em apenas dois anos, já se sagrou vice-governador. Outros dois anos se passaram, e ele ascendeu ao comando do estado, primeiro como governador em exercício após o afastamento de Wilson Witzel pela Justiça. Com a confirmação do primeiro impeachment fluminense, tornou-se chefe de fato do Palácio Guanabara. Em entrevista a O DIA, ele fala sobre os planos para o próximo mandato, conquistado graças aos 4,9 milhões de votos, que o reelegeram em primeiro turno. "Nosso estado é amado por todos, e não pode mais ser considerado o filho que está com problema", diz.
O DIA: Quais as suas expectativas para o novo governo?
Castro: Nosso principal projeto é recuperar a credibilidade e a estabilidade do Rio de Janeiro. Durante a campanha, falei muito que precisamos voltar a ser um lugar onde as coisas funcionam — Saúde, Transporte, Segurança, Educação. É isso que as pessoas esperam. Nosso estado é amado por todos, e não pode mais ser considerado o filho que está com problema. Pelo contrário: o RJ deve ser visto com orgulho. Tem que voltar a ter a capacidade, como já está acontecendo, de gerar empregos, de atrair empresas, de ter grandes projetos. 
Como estão as negociações para implantar a bolsa de Capital Verde?
Muitos especialistas dizem que o começo do nosso declínio foi a perda da bolsa de valores para São Paulo, então ter esse ativo será fundamental. Ainda mais considerando que negociar créditos de carbono e assuntos ligados à sustentabilidade vai trazer para o RJ o olhar do mundo inteiro. Fora que já temos um olhar para a economia verde — sobretudo desde a concessão da Cedae. Queremos ser um estado onde desenvolvimento e natureza caminham lado a lado, com atividades econômicas como turismo, e óleo e gás — de forma responsável e que proteja o ambiente.
Como se darão as políticas para combater o ciclo de pobreza?
Temos que potencializar as já existentes. Até o fim do mandato, queremos ter mais 20 unidades do Restaurante do Povo. Na habitação, o Casa da Gente tem a meta de construir 10 mil unidades a cada ano, além de reformar. O Cidade Integrada também é importantíssimo, pois combate a pobreza ao libertar a população do jugo da criminalidade, permitindo a entrada do poder público e levando cidadania.
Por que a escolha de focar o investimento em novas unidades de Saúde fora da capital?
Temos que levar todas as especialidades para todas as regiões. Não dá mais para as pessoas do interior gastarem três, quatro horas de van para serem atendidas na capital e na Baixada. E também não dá mais para a gente encher os hospitais e clínicas da Baixada com gente que não mora aqui. Quando a Saúde é descentralizada, com as especialidades no interior, temos dois benefícios: os moradores locais não precisam mais se deslocar; e o atendimento nos grandes centros melhora, pois terão que dar conta de menos pacientes. Somando o apoio que o estado tem dado aos municípios na construção, reforma e modernização dos equipamentos municipais, o resultado é uma saúde mais cidadã, mais digna e que atende melhor as pessoas.
Quais são os planos para a nova Secretaria da Mulher?
Será uma pasta transversal. Ela vai trabalhar com todas as outras, para levar a cada área do governo o olhar das necessidades das mulheres — educação, saúde, empregabilidade, qualificação profissional, segurança. Quero que essa secretaria dialogue muito com a sociedade e cobre o governo para garantir que políticas públicas saiam do papel.
O que o senhor espera alcançar ao fim de quatro anos?
Quero deixar um legado de orgulho, com o fluminense tranquilo por viver em um lugar onde as coisas funcionam, com as contas em dia. Um estado com bons níveis de segurança pública, no qual os pacientes são bem tratados no hospital, as crianças têm educação de qualidade, as pessoas fazem quatro refeições. Um estado que os turistas querem visitar, e onde as pessoas querem empreender. Somos importantes demais para o Brasil para sermos encarados como filho problemático. Tenham certeza de que o governador tem muito ânimo para tirar isso do papel.
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