Cláudio Castro em Lisboafoto der divulgação

Principal estado produtor de petróleo, o Rio de Janeiro precisa de preparar para manter o protagonismo energético com a substituição dessa matriz fóssil por outras menos impactantes. Para não perder o bonde, como aconteceu em outras atividades econômicas, o Rio precisa estar atento nesse processo de transição global em que a prioridade é seguir rumo a formas de energia limpas no prazo mais curto possível e que não ponha em risco a segurança energética. 
Os de origem fóssil, como petróleo, carvão e gás natural ainda movem o mundo, mas estão em franca decadência. Entre os motivos, suas grandes emissões de gases do efeito estufa, que influenciam diretamente na grande dor de cabeça do século: a mudança climática.
Rio se aproxima da Europa
Alguns países da Europa foram os primeiros a entenderem a equação insustentável da matriz atual. No entanto, nem sempre o que se tem como ideal é o que se consegue colocar em prática. Essa é a realidade dessa Europa mais consciente. Mas, como se diz o ditado: “esmolas com o chapéu dos outros”. Aí o Brasil entra justamente nesse quesito oferecendo seu chapéu verde. Atração de investidores e parcerias  pode ser a forma indireta da participação europeia através de ações realizadas por aqui. 
Baseado nessa linha de raciocínio, cerca de 15 dias depois de gastar energia visitando potenciais investidores em Nova York(EUA), o governador do Rio está essa semana em Lisboa (Portugal) em busca de uma aproximação com o capital do Velho Continente!

Uma das apostas de Cláudio Castro é justamente o setor de energia renovável. Responsável por 83% da produção nacional de petróleo e 68% da de gás natural, o estado elaborou mapas sobre o potencial de geração de energia limpa para atração e implantação de projetos. Hoje, há 12 plantas de produção. A ideia é tornar o Rio um grande polo gerador, referência na transição energética para uma matriz mais limpa.
“Hoje, o estado se reergue e une a questão econômica com a ambiental, sempre com o foco no cidadão. Recuperamos a capacidade de dialogar e a nossa credibilidade internacional, que é de suma importância para o desenvolvimento socioeconômico, e é parte da estratégia que traçamos para o crescimento do Rio de Janeiro. Trabalhamos para tornar o estado mais ágil e eficiente, além de oferecer estrutura jurídica e regulatória sólida, em um ambiente de negócios seguro e estável”. - afirmou Cláudio Castro.
Saneamento
Outro setor altamente impactante na área ambiental é o saneamento que no Rio, vem passando por processo de privatização desde o desmembramento da Cedae e a privatização em lotes.
Castro revelou aos empresários europeus que a concessão desses serviços tem sido fundamental para a retomada social e econômica fluminense. Com parte da arrecadação das outorgas nos leilões, por exemplo, foi criado o PactoRJ. No total, são R$ 17 bilhões em projetos como novas moradias, modernização de escolas, construção de hospitais e obras de mobilidade, com o Metroleve da Baixada e o BRS de São Gonçalo.
"Fizemos a maior concessão da história do Brasil. Inauguramos um novo tempo: o desenvolvimento sustentável. Esse é o maior projeto ambiental da América Latina. Junto com isso, lançamos os projetos Limpa Rio e Florestas do Amanhã" - ressaltou Castro.
Energia dos ventos
Na geração eólica, o Rio de Janeiro possui nove projetos em fase de licenciamento ambiental no Ibama. Equivalem a um quarto de todo o investimento nacional no setor e com potencial de atração de aportes  superiores a US$ 85 bilhões, além de gerar mais de 300 mil empregos.

Prefeitura do Rio
Buscando também seu quinhão e sua visibilidade neste segmento, o prefeito do Rio, Eduardo Paes também não tem poupado esforços para atrair as atenções para aplicações sustentáveis em projetos na cidade maravilhosa, que sediou a Rio 92, emblemático evento ambiental.
O município anunciou aporte de R$ 100 milhões para formação de um novo hub de inovação destinado a energia, sustentabilidade e em gerar novos negócios na cidade, que almeja ser reconhecida mundialmente como a capital da transição energética. A sede do Centro de Energia e Finanças do Amanhã vai funcionar no histórico prédio abandonado do Automóvel Clube que começa a ser restaurado no próximo mês.
Desses recursos anunciados, R$ 60 milhões serão investidos no mercado de compensação de carbono com renúncia fiscal no abatimento do Imposto Sobre Serviços (ISS), mediante comprovação da operação.
Posição do Brasil
No momento em o planeta busca por uma rápida substituição da dominante matriz energética fóssil, o Brasil tem tudo para assumir o protagonismo dessa nova ordem mundial. É que nosso país possui uma das matrizes mais limpas. Ou seja, temos a faca e o queijo nas mãos para tirarmos proveito dessa posição privilegiada, como tenta agora o governador Cláudio Castro em sua peregrinação internacional.
E foi justamente a crise do petróleo na década de 70 quem empurrou o Brasil na busca por alternativas. Desde o programa Pró-álcool da ditadura militar até os potenciais dos biocombustíveis e hidrogênio verde.