A Reserva Biológica Federal do Tinguá é uma das maiores unidades de conservação da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, possuindo 26.260 hectares. Ela abrange seis cidades. Embora a maior parte esteja dentro do município de Nova Iguaçu, seu cinturão verde perpassa as fronteiras de Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira e Engenheiro Paulo de Frontin.
Embora desde 1997, e tenha sido declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco e incluída na biosfera da Mata Atlântica, não livra a região de agressões. Essa mata enfrenta sérias ameaças à sua integridade e conservação. Entre os principais problemas: caça ilegal, desmatamento, queimadas, invasões, a poluição dos rios e o descarte irregular de lixo.
Resquícios do Aterro
Um dos casos mais graves foi o do aterro sanitário que funcionou por mais de 20 anos na divisa da reserva, despejando resíduos tóxicos que contaminaram o solo e os lençóis freáticos. Até hoje a população que vive no entorno sofre com os impactos ambientais e sociais dessas atividades.
Diante desse cenário, é urgente a adoção de medidas efetivas para garantir a sustentabilidade. Algumas ações que podem contribuir para isso são: o fortalecimento da fiscalização e monitoramento, recuperação das áreas degradadas, projetos de educação ambiental, diálogo com a as comunidades locais com programas de geração de renda e incentivo ao ecoturismo.
Entre as medidas atuais para minimizar os impactos humanos na região, está a da estatal de águas do Rio, a Cadae.
Fonte de Água
A reserva é considerada um importante manancial hídrico para a região metropolitana do Rio de Janeiro, pois abriga nascentes e rios que abastecem cerca de 2 milhões de pessoas. De lá, também são operadas as represas Mantiquira, Rio D’Ouro, São Pedro, Tinguá e Xerém, que formam o Sistema Acari, responsável pelo abastecimento de parte de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, as duas cidades mais populosas da Baixada Fluminense.
Uma das iniciativas que demonstram a responsabilidade socioambiental é a adoção da energia solar pela Cedae para operar as unidades de produção de água no interior da reserva. A Companhia adquiriu cinco sistemas fotovoltaicos que substituem os geradores a diesel usados na região. Com isso, há uma redução da poluição sonora, da emissão de gases nocivos ao meio ambiente e redução no consumo do óleo utilizado nos geradores.
Biodiversidade
Tinguá é um dos últimos refúgios da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. Além de ser um dos principais provedores de água para a sua população, abriga uma diversidade de vida que merece respeito e cuidado.
A reserva possui uma rica biodiversidade, com mais de 300 espécies de aves, 50 de mamíferos, 30 de anfíbios e 20 de répteis registradas. Entre os ameaçados de extinção ainda presentes nessa região, a onça-parda, o macaco-prego, o muriqui-do-sul e o sagui-da-serra-escuro. Diante desse contexto, é fundamental que todos se envolvam na defesa desse tesouro natural.
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