Indigenas-do-povo-Jamamadi em vigilância no Rio Mamoriazinofoto de divulgação Tainara-Proenca-OPAN
As nações Banawa e Jamamadi, que compartilham a região do rio Purus no estado do Amazonas, estão liderando um esforço pioneiro para proteger conjuntamente seus territórios. Esta iniciativa histórica surge como resposta às pressões sofridas em decorrência da captura ilegal de quelônios e seus ovos, uma prática que ameaça suas formas de vida tradicionais e recursos vitais.
União pela sobrevivência
A cooperação entre essas duas nações indígenas, cujos territórios compartilham o mesmo rio, o Curiá, é uma resposta à necessidade urgente de defender suas terras, culturas e modos de vida. A ausência de ações conjuntas abriu espaço para que as ameaças se intensificassem e colocassem em risco não apenas suas comunidades, mas também o território isolado TI Hi-Merimã e os Paumari, também vizinhos.
"Se perdermos o controle em relação aos quelônios, daqui a pouco é madeira, pesca ou caça. Se perdermos o controle, haverá muitos invasores" justifica Magno dos Santos, indigenista da Operação Amazônia Nativa (OPAN).
Vigilância Integrada:
A vigilância territorial é uma ferramenta vital para a gestão e salvaguarda das terras indígenas, desencorajando atividades ilegais e combatendo as emissões provenientes do desmatamento e da degradação florestal. Iniciativas como essa têm apoiado a conservação de mais de 2 milhões de hectares de floresta.
Os Paumari, em colaboração com o projeto Raízes do Purus, já tinham implementado um sistema de observação territorial que ocorre quatro vezes por ano, além de outra versão aplicada aos afluentes realizada durante a fase de seca. Durante esse período crítico, as equipes se revezam em uma escala semanal de plantão nos rios para proteger suas áreas de pesca ilegal.
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