Grupo que revive a ditadura militar sofre agora com o etarismofoto divulgação Onofre Veras
A montagem, sob a direção de Amir Haddad, ícone da resistência da época, e com músicas do notável perseguido pela censura musical, Sérgio Ricardo, busca contextualizar o clima de restrições de direitos e expressão vivido durante aqueles anos de exceção. O espetáculo é uma travessia de mais de 50 anos, uma narrativa sobre os anos de prisão, exílio e a vivência no Brasil desse período turbulento.
"Re-Acordar" é mais do que um espetáculo teatral; é um rio que flui através das vivências daqueles que resistiram. Amir Haddad explica:
Enredo: Uma Jornada Resistência
Em 1967, o Teatro Universitário Carioca desafiava o status quo em meio aos anos de chumbo. Mais de meio século depois, os mesmos atores e diretor, agora com cerca de 75 anos, desafiam novamente. Dessa vez, enfrentam o preconceito contra os idosos, desafiando a visão de que pessoas mais velhas não têm mais contribuições a oferecer à sociedade.
Assistir a "Re-Acordar" proporciona uma oportunidade única de ouvir canções inéditas de Sérgio Ricardo, que pressionado pela censura e vaias da incompreensão geraram imagens que entraram para a história cultural brasileira ao quebrar o violão e jogar na plateia enfurecida durante o Festival da antiga TV Record, em 1967.
Os arranjos e a direção musical, conduzidos pelo maestro Luiz Cláudio Ramos, mantêm a autenticidade da trilha sonora original, que surpreendentemente permanece atual e potente, quase seis décadas após sua criação.
A juventude que encarou a ditadura enfrenta, na terceira idade, o desafio do etarismo. A idade tornou mais leve o que um dia foi chumbo, e a resistência continua vibrante, um testemunho vivo de que a arte e a memória são ferramentas poderosas na construção de um futuro mais consciente. Até porque os sonhos não envelhecem...
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