Festival de Verão de Salvador avança em questões socioambientaisfoto de divulgação

O Brasil caminha, ainda que aos trancos e barrancos, na incorporação de exigências e contrapartidas atreladas aos principais empreendimentos. Nesse contexto evolutivo estão as introduções de programas para redução de impactos e de compensação da emissão de carbono. São considerados elementos fundamentais na concepção de projetos. Simultaneamente, a implantação de ações humanitárias emerge como trunfo para a criação de uma imagem positiva, funcionando como agente facilitador para atração de investidores, parceiros e patrocinadores. Assim, estrutura-se a dobradinha da inclusão da responsabilidade socioambiental no programa.

Sensível a essas demandas, a área da Cultura Popular desponta como um dos setores econômicos mais engajados nessa direção. No entanto, essa conscientização ainda não se distribui de forma equitativa em todas as suas vertentes. Um exemplo notável é o Carnaval, destacando-se nos dois maiores expoentes do país: Rio de Janeiro e Salvador.
Trios, Blocos e Escolas de Samba
As Escolas de Samba, cada vez mais, incorporam enredos críticos e sensíveis às questões socioambientais. Uma figura que ganhou protagonismo na engrenagem dessas festividades são os catadores. Além deles diretamente, a filosofia da reciclagem vem passando  a integrar de forma orgânica a concepção desses eventos. Desde o reaproveitamento até a escolha de matérias-primas mais responsáveis, em carros alegóricos e fantasias no Sambódromo carioca, assim como nos abadás que colorem os percursos dos Trios Elétricos.

Se existem esses pontos positivos, temos uma disparidade em medidas básicas, como na segurança, e na disponibilidade proporcional de banheiros químicos. Esses megaeventos reúnem multidões principalmente no Rio de Janeiro e em Salvador que a cada ano antecipam mais o seu período pré-carnavalesco, multiplicando assim  os desconfortantes efeitos colaterais: violência e a mistura insalubre de odores e detritos a céu aberto que vão poluindo os pontos percorridos por blocos e trios.
Reciclagem no Festival de Verão de Salvador

A diversificada agenda soteropolitana inclui o Festival de Verão, que completa 25 anos e abre as festividades da estação mais quente do ano, culminando com o Carnaval. A organização tem investido em iniciativas ambientais, educativas e inclusivas. Pela segunda vez, a 'Tenda Sustentável' foi montada, funcionando como centro de reciclagem para coleta e triagem de resíduos gerados durante o evento.
"Este é um exemplo dos nossos esforços para minimizar impactos ambientais e promover benefícios socioeconômicos junto aos nossos parceiros. Apoiamos a reciclagem em larga escala e estamos empenhados em aumentar a coleta e reciclagem de garrafas PET pós-consumo", destaca Katielle Haffner, diretora de ESG da Coca-Cola Brasil, uma das patrocinadoras máster do festival.
Essa ação faz parte do plano global da fabricante que almeja ter 50% de material reciclado em suas embalagens até 2030. Na última edição, o "Verão de Salvador", coletou e destinou mais de duas toneladas de resíduos, em parceria com a Cooperativa de Coleta Seletiva Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (CAMAPET).
“Iniciativas de responsabilidade social na Bahia, que vão desde o incentivo à empreendedoras baianas com o Meu Negócio é Meu País, passando pelo apoio a ambulantes durante o Natal e na Virada, até a participação no Festival de Verão 2024. Acreditamos que unir a energia positiva desse evento, – onde as pessoas vivem momentos de diversão e lazer –, com o propósito de conscientizar sobre o consumo e descarte correto dos resíduos gerados pelo Festival, é uma oportunidade de potencializar a mensagem da economia circular e da geração de renda" justifica Fernanda Raizama, diretora regional da Solar - fabricante e engarrafadora regional da Coca-Cola.
Do glitter a Arte Popular

Além do comprometimento com o meio ambiente, a fabricante também promove ações culturais nos 74 mil metros quadrados destinados ao Festival, através da disponibilização de uma plataforma musical e da montagem de um estúdio na área de estandes, proporcionando interação entre o público e dando  oportunidade para revelar novos talentos e apresentar artistas locais, além das 40 atrações oficiais dos palcos principais. 
Outros patrocinadores vão promover mais ações ambientais, de saúde e de inclusão. Haverá a distribuição de glitter biodegradável em substituição aos impactantes microplásticos e tinturas que são matérias-primas dos corantes tradicionais. Um salão de beleza foi montado exclusivamente para conscientização sobre o uso de maquiagens voltadas para pessoas com pele negra. Protetores Solares serão distribuídos logo na entrada.
Cultura dos Festivais
Não apenas na Bahia, mas em todo o Brasil, diversos eventos buscam ações de responsabilidade socioambiental, incluindo o pioneiro Rock in Rio. Os mais novos seguem  a mesma trilha, como o Universo Spanta e o Rio Music- na Marina da Glória, o Mita – no Jockey e o Rock The Mountain - em Itaipava, na Região Serrana Fluminense.
O caminho para um entretenimento responsável está sendo pavimentado, onde a música e a consciência ambiental se harmonizam, criando um futuro mais consciente.