Pode ser difícil de enxergar, mas complicações de visão também têm efeitos no meio ambiente tanto em relação aos convencionais óculos como nas lentes de contato. Com relação a estas, o avanço tecnológico fez com que houvesse uma expansão ainda maior em relação as primeiras gerações que eram divididas basicamente nos modelos rígidos e das gelatinosas de longa duração, que necessitavam de fervura para evitar contaminação. Foram substituídas pelas atuais descartáveis. Assim, toda vez que há a troca, ocorre a liberação no meio ambiente das já vencidas, assim como do descarte da embalagem do novo par e da solução salina em que são conservadas. 
Lentes ao Mar
Devido à ausência de um sistema de logística reversa da indústria ótica para coletar as utilizadas, as lentes circulam no meio ambiente invisíveis ao olho nu, inclusive para aqueles que não possuem dificuldades de visão. Grande parte delas acaba encontrando seu destino final em mares e rios, juntando-se aos demais microplásticos, um dos maiores poluidores da atualidade. Estima-se que sejam descartados cerca de um quilo ao ano por usuário. Se levarmos em consideração que são 140 milhões em todo o mundo, chegamos a a uma condição estratosférica. Somam-se ainda as correções visuais, os adeptos das lentes coloridas apenas para fins estéticos.
Charles Rolsky, diretor-executivo da ONG norte-americana Shaw Institute, revelou recentemente que estima que existam entre 2 a 3 bilhões de lentes navegando por águas correntes somente nos Estados Unidos. Isso sem contar que a maioria possui níveis elevados de polifluoroalquil, um tipo de elemento não a toa enquadrado no grupo chamado de produtos químicos eternos.