Com a melhora no cenário pandêmico, muitas obras foram retomadas, gerando a emissão de cotas extras, o que pode contribuir para o aumento da inadimplênciaFreepik
Os dados são de pesquisa da Apsa feita com base nos mais de 2,7 mil condomínios que a empresa administra no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco. "A pandemia arrefeceu, mas a perda de renda e o endividamento das famílias continuam e isso se reflete diretamente na inadimplência das cotas condominiais. Outro fator que colabora para que isso aconteça é a questão dos juros, que é muito menor nas cotas quando comparamos aos do cartão de crédito, por exemplo. Então, se a pessoa tiver que escolher entre quitar o cartão para poder comprar itens básicos ou pagar o condomínio, provavelmente vai ficar com a primeira opção", analisa João Marcelo Frey, gerente de Negócios de Condomínios da Apsa.
Outro ponto apontado pela empresa é que, durante a pandemia, o número de cotas extras emitidas foi, de modo geral, reduzido, já que muitos condomínios seguraram obras, priorizando a diminuição de custos, e também não convocaram assembleias para esse tipo de deliberação. Com a melhora no cenário pandêmico, muitas obras foram retomadas, gerando, consequentemente, a emissão de cotas extras, o que pode contribuir para o aumento da inadimplência.
O estudo revela ainda a piora da situação financeira dos mais pobres nos últimos anos. A maior taxa de inadimplência verificada no ano passado, 25%, está concentrada nos condomínios com valor condominial de até R$ 500. "Essas são as pessoas que mais vêm sofrendo com desemprego e perda de renda e, por isso, a inadimplência acaba sendo mais alta entre essa parcela da população", observa Frey.
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