Com a melhora no cenário pandêmico, muitas obras foram retomadas, gerando a emissão de cotas extras, o que pode contribuir para o aumento da inadimplênciaFreepik

Mais famílias deixaram de pagar a cota condominial, contribuindo para aumentar o índice de inadimplência nos edifícios. Para se ter ideia, em 2022, o percentual alcançou 17% na média atual, enquanto 2021 fechou com 12%. Entre os principais motivos para esse cenário estão o empobrecimento da população, agravado nos últimos anos pela pandemia e o aumento da taxa Selic, que saltou entre 2021 e 2022 de 2% para 13,75%, elevando os juros do mercado em geral e fazendo com que o pagamento do boleto condominial, que têm juros simples de cerca de 1% ao mês, deixasse de ser prioridade para muitos lares.

Os dados são de pesquisa da Apsa feita com base nos mais de 2,7 mil condomínios que a empresa administra no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco. "A pandemia arrefeceu, mas a perda de renda e o endividamento das famílias continuam e isso se reflete diretamente na inadimplência das cotas condominiais. Outro fator que colabora para que isso aconteça é a questão dos juros, que é muito menor nas cotas quando comparamos aos do cartão de crédito, por exemplo. Então, se a pessoa tiver que escolher entre quitar o cartão para poder comprar itens básicos ou pagar o condomínio, provavelmente vai ficar com a primeira opção", analisa João Marcelo Frey, gerente de Negócios de Condomínios da Apsa.

Outro ponto apontado pela empresa é que, durante a pandemia, o número de cotas extras emitidas foi, de modo geral, reduzido, já que muitos condomínios seguraram obras, priorizando a diminuição de custos, e também não convocaram assembleias para esse tipo de deliberação. Com a melhora no cenário pandêmico, muitas obras foram retomadas, gerando, consequentemente, a emissão de cotas extras, o que pode contribuir para o aumento da inadimplência.

O estudo revela ainda a piora da situação financeira dos mais pobres nos últimos anos. A maior taxa de inadimplência verificada no ano passado, 25%, está concentrada nos condomínios com valor condominial de até R$ 500. "Essas são as pessoas que mais vêm sofrendo com desemprego e perda de renda e, por isso, a inadimplência acaba sendo mais alta entre essa parcela da população", observa Frey.

E-book gratuito para síndicos

Para ajudar os síndicos, a Apsa lançou o e-book "Como recuperar a saúde financeira do seu condomínio?". O material pode ser baixado gratuitamente em https://digital.apsa.com.br/saude-financeira-do-condominio e conta com dicas e informações sobre orçamento, custos com pessoal, inadimplência, redução de custos e as principais soluções que a administradora oferece para ajudar seus clientes a implementar uma boa gestão condominial. “Incluímos conceitos fundamentais para o planejamento financeiro e exemplos práticos de soluções que já estão sendo aplicadas por muitos síndicos em suas gestões", reforça Frey.