Abrainc acredita no fortalecimento do setor, mas defende novas fontes de financiamento para garantir o acesso à moradiaFreepik

Os volumes gerais de procura e venda no mercado imobiliário brasileiro fecharam estáveis no quarto trimestre de 2024. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) seguiu aquecido. Já o segmento de médio e alto padrão (MAP) teve quedas na procura e na venda. Os dados são do Indicador de Confiança do Setor Imobiliário, da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), feito em parceria com a Deloitte.
De acordo com o estudo, a procura específica por imóveis do MCMV cresceu 3,3% e o índice de vendas avançou 4,1%. Por outro lado, a pouca diversificação de funding (meios de captação de recursos financeiros para projetos de construção) e as altas da Selic (taxa básica de juros) impactaram o MAP. Para se ter ideia, a demanda registrou queda de 10,7% e as vendas caíram 6,8% no quarto trimestre do ano passado. Por causa desses movimentos opostos, os índices gerais de procura e de vendas se mantiveram estáveis no período analisado.
"Para este ano, nós seguimos acreditando no fortalecimento do mercado, principalmente se analisarmos uma continuidade no processo de valorização dos imóveis, o que ainda possibilita uma ótima oportunidade de compra. Para que o mercado continue sendo um grande protagonista no crescimento econômico, é extremamente importante que novas fontes de financiamento sejam consideradas para garantir a todos o acesso à moradia. Também precisamos de um ajuste fiscal que reduza os juros de forma sustentável. Assim, teremos a manutenção do crescimento de um setor que representa mais de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e gera 10% dos empregos do país", comenta Luiz França, presidente da Abrainc.