Região Nordeste liderou o ranking de inadimplência de aluguel no país, com taxa de 5,97% em setembroFreepik

A taxa de inadimplência do aluguel no país avançou em setembro, chegando a 3,80%, o maior resultado dos últimos 16 meses. Para se ter ideia, em julho e agosto, houve uma estagnação do indicador, que ficou em 3,76%, até então o maior dos últimos 14 meses. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da plataforma Superlógica.
De acordo com o estudo, a falta de pagamento na faixa de aluguel acima de R$ 13 mil caiu depois de consecutivas altas desde maio de 2024, chegando a 5,70%, contra 7,02% em agosto. Os imóveis residenciais na faixa de até R$ 1 mil também registraram queda, passando de 6,32% em agosto para 5,96% em setembro, mas representam a segunda maior taxa entre os segmentos de valores. Já as taxas de imóveis de R$ 2 mil a R$ 3 mil e de R$ 3 mil a R$ 5 mil foram de 2,58% e 2,04%, respectivamente.
“A nova alta preocupa em setembro, apesar de ser modesta comparada com os 3,76% de julho e agosto, e mostra que muitas famílias seguem com o orçamento comprometido. É fundamental acompanhar de perto as projeções de inflação e de juros, já que esses indicadores têm impacto direto tanto no endividamento quanto na capacidade de pagamento dos inquilinos neste fim de ano”, analisa Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias do Grupo Superlógica.
O levantamento identificou ainda que o Nordeste liderou o ranking, com uma inadimplência de 5,97%. Em segundo lugar ficou a região Norte, com 4,86%, enquanto o Centro-Oeste ocupou o terceiro lugar com 3,49%. O Sudeste aparece em seguida, com 3,42% e o Sul com 3,28%, mantendo a menor taxa do país.
Victor Tulli, diretor da Administradora Nacional, confirma o panorama apontado na pesquisa, acrescentando que a empresa também observou um cenário de inadimplência no pagamento da taxa condominial nos edifícios que administra no Rio. “Apesar disso, vislumbro um futuro de forma otimista, com menor comprometimento de renda decorrente de menor dedução do imposto de renda para milhões de brasileiros, aliado à continuidade dos baixos índices de desemprego”, prevê Tulli.
Ainda assim, ele lembra que é imprescindível que locadores e síndicos permaneçam vigilantes quanto à inadimplência, reforcem a adoção de mecanismos automáticos de cobrança e assegurem o recebimento pontual da taxa para evitar o pagamento de juros e multas decorrentes da falta de receita.