Roda gigante equilibrada por duas ripas de madeiraImagem: Renata Cristiane
A Praça do Moinho é a única do bairro em boas condições. Segundo relatos, o local, que conta com uma feira de artesanato e uma área de alimentação, costuma receber milhares de pessoas, principalmente durante o período da noite. Além disso, os números tendem a aumentar neste fim de ano, por conta da chegada das férias escolares e do verão. De acordo com informações recebidas pelo O Dia, a instalação do parque na localidade, que cobra R$ 8 por ingresso, justamente neste período, causou estranheza, tendo em vista que a situação é inédita.
A reportagem do Dia foi até o local e encontrou um clima de revolta, principalmente por parte dos moradores, que demonstravam indignação pelo fato do espaço estar completamente "tomado". Um residente do bairro, identificado como Gerson, declarou que a situação de Cabo Frio, "a cada dia que passa, está piorando", enfatizando que, há 11 anos, saiu de Minas Gerais para morar no Peró e que, até então, nunca havia presenciado algo do tipo.
Um dos assessores afirmava que o local possuía alvará de funcionamento concedido pela prefeitura, o que provocou enorme estranheza, já que trata-se de uma área pública e único lugar de lazer dos moradores do bairro.
Ele apresentou, posteriormente, alvará transitório, válido até o mês março de 2024. O documento foi assinado por Antônio Carlos Saraiva Gomes, fiscal fazendárioda Secretaria de Fazenda, e por Valdeci Maria de Jesus, que também atua na pasta.
Conversando com pessoas que estavam no local, surgiram boatos de que o parque de diversões pertenceria à prefeitura ou à prefeita Magdala Furtado. O Dia entrou em contato com o município e questionou o fato, que foi prontamente negado.
Os moradores também denunciaram o fato dos brinquedos serem velhos e perigosos. Um exemplo mencionado foi a roda gigante, estrutura que está sendo sustentada por ripas de madeira. Inclusive, durante a montagem dos equipamentos, foi observado pela reportagem que os funcionários não portavam equipamentos de segurança, utilizando apenas bermuda e chinelos de dedo.
O Dia entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio, questionando sobre a presença do parque na área pública, sem deixar espaço para o lazer dos moradores. Em resposta, a Comunicação confirmou que cedeu o espaço da população para que uma empresa pudesse explorar comercialmente.
Confira a nota na íntegra:
"A Prefeitura de Cabo Frio informa que foi liberada a licença para a utilização do solo, mediante pagamento de taxas, para a montagem do parque na Praça do Moinho, no Peró. Contudo, a estrutura só poderá funcionar mediante autorização do Corpo de Bombeiros, cuja previsão é para o dia 1º de dezembro. No momento, o parque não está funcionando e não poderá iniciar as atividades até que sejam concedidas todas as licenças necessárias".
A reportagem também perguntou ao Corpo de Bombeiros sobre a autorização para a instalação da estrutura no espaço. Em nota, foi enviada a seguinte resposta:
Ele destacou, assim como os moradores, o fato da roda-gigante estar sendo sustentada por ripas de madeira. "Uma coisa, assim, que me parece muito perigosa", pontuou Miguel.
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