Manifestação de servidores na prefeituraReprodução

Em meio à crise pelo atraso no pagamento dos profissionais da Saúde em Cabo Frio, o município anunciou um “mega” ponto facultativo em razão do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira (20). O feriado se estenderá até sexta-feira (22), justamente a data prometida pelo governo municipal para o depósito dos salários atrasados. Servidores temem que a medida seja uma “manobra” para postergar novamente o repasse.
Na semana passada, a cidade já havia emendado feriados entre o aniversário do município (13) e o Dia da Proclamação da República (15). Para muitos servidores, especialmente aqueles sem receber, o novo ponto facultativo causou estranheza e aumentou a desconfiança.
O atraso salarial já ultrapassa 15 dias, com relatos alarmantes de trabalhadores enfrentando fome e até situações de tentativa de suicídio. Nesta segunda-feira (18), data inicialmente prometida para o pagamento, houve protestos na porta da prefeitura e nas ruas. O governo municipal adiou o repasse para sexta-feira (22), mas os servidores estão céticos sobre a nova promessa.
Na terça-feira (19), manifestantes tentaram dialogar com a prefeita Magdala Furtado (PV), mas foram recebidos pelo presidente da Câmara de Vereadores, Miguel Alencar (União). Em uma reunião com representantes da Saúde e outros vereadores, Miguel informou que notificará o Ministério Público sobre o atraso nos pagamentos.
Segundo os servidores, o recurso do Fundo Nacional de Saúde já foi depositado na conta do fundo municipal, não havendo justificativa para a retenção. Também participaram da reunião os vereadores Alexandra Codeço (REP), Átila Motta (PCdoB), Davi Souza (PP), Josias da Swell (PL), Léo Mendes (MDB), Luís Geraldo (REP), Rodolfo de Rui (PL) e Ruy França (PRTB). Miguel ainda anunciou, durante sessão na Câmara, que protocolará um requerimento ao Executivo solicitando informações detalhadas sobre a destinação dos recursos.
A redação entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio para questionar se os pontos facultativos podem interferir no pagamento dos servidores e sobre a falta de repasse do Fundo Nacional de Saúde. Até o momento, não houve resposta.