Por tabata.uchoa

Rio - A canção oficial da Copa do Mundo de 2014, ‘We are one (Ole ola)’, sentencia no título que ‘Nós somos um’. O nome do álbum oficial da Copa também prega a integração universal. Só que o CD ‘One love, one rhythm’ trai essa ideologia ao impor uma visão estrangeira do suingue nativo do país que sediará a competição esportiva. O Brasil está muito mal representado no álbum da Copa.

O ‘rapper’ norte-americano Pitbull e a cantora fluminense Claudia Leitte estão juntos no disco oficial da Copa%2C na faixa ‘We are one (Ole ola)’Reuters

Lançado em escala mundial via Sony Music, o disco joga para a galera da ‘geral’ gringa, como evidenciam as gravações da canção oficial ‘We are one’ (comandada pelo ‘rapper’ norte-americano Pitbull com adesões de Claudia Leitte e Jennifer Lopez) e do tema ‘Dar um jeito’, no qual o convidado Alexandre Pires dá voz a versos encorajadores em faixa liderada pelo guitarrista mexicano Carlos Santana e pelo ‘rapper’ Wyclef Jean, dos EUA.

Não é por acaso que o time recrutado para o disco inclui artistas brasileiros de visibilidade no exterior, casos de Bebel Gilberto (nascida nos EUA, mas criada no Brasil), Sergio Mendes e Carlinhos Brown. Bebel figura no disco com abordagem gringa do choro ‘Tico tico no fubá’, levado no toque do piano do chinês Lang Lang. Já Brown põe seu baticum em ‘One nation’ — tema em que o músico Sergio Mendes traduz o suingue brasileiro para americanos — e se junta a Shakira em ‘La la la’.

Para o carioca que cai no suingue, a faixa mais reconhecível é ‘Tatu bom de bola’, samba de balanço carioca cantado pelo bamba Arlindo Cruz. E por falar em Arlindo, a ausência de Zeca Pagodinho é sentida no disco. Mas é explicável: Zeca é artista da Universal Music, rival da gravadora Sony Music.

Entre versos-clichês como os cantados por Preta Gil em ‘Go, gol’, faixa que procura forjar vibração, o CD mostra que tem muito perna-de-pau na seleção musical.

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