Rio - Aguenta, coração: José Augusto está lançando disco de inéditas, fiel ao romantismo que caracteriza seu repertório há quatro décadas. Aliás, nos agradecimentos do encarte do CD ‘Quantas luas’, o cantor e compositor carioca fala dos 40 anos que se passaram desde que conquistou o sucesso em 1973 com a canção ‘De que vale ter tudo na vida?’.
Produzido e arranjado por Julinho Teixeira, ‘Quantas luas’ preserva o estilo do artista nas 12 canções de amor que compõem o repertório do álbum. Das 12 músicas, onze são inéditas de autoria de Augusto. A exceção é ‘Chuvas de verão’, canção de Antonio José, gravada em 1987 por Augusto, com sucesso radiofônico, e ora revivida pelo cantor em duo com Luan Santana, astro juvenil do segmento pop sertanejo. A levada da gravação original é mais envolvente, mas o duo soa fluente.
Além de Luan, ‘Quantas luas’ conecta José Augusto a outro nome do universo sertanejo. Trata-se da dupla Victor & Leo, convidada da música ‘Eu vou lembrar’. Detalhe: a canção é de José Augusto, mas parece de Victor & Leo tamanha a sintonia entre anfitrião e convidados na faixa.
O cancioneiro romântico de ‘Quantas luas’ vai servir de municação para detratores do artista na mesma medida em que vai contentar admiradores de canções simples como ‘Sábado’ (1986), ‘Fui eu’ (1988) e ‘Aguenta coração’ (1990). Se existe uma diferença entre ‘Quantas luas’ e os álbuns do cantor nos anos 1980, ela reside na sonoridade, antes calcada nos sintetizadores e guitarras do tecnopop em voga naquela década e atualmente mais leve e mais contemporânea.
Para quem gosta de canções de amor que vão direto ao ponto, ‘O vinho que eu bebo’ se insinua como possível candidata a hit, seguida de perto pela música-título ‘Quantas luas’. De todo modo, baladas como ‘Feito mágica’ deixam a impressão de já terem sido ouvidas zilhões de vezes. O coração às vezes precisa ser forte...
