Por daniela.lima

Rio - Baseado no livro homônimo de Fernando Sabino, ‘O Menino no Espelho’ é um filme que pode trazer nostalgia ou curiosidade aos espectadores — depende da geração de cada um. Ao retratar o ludismo da infância na década de 30, o filme ganha um tom fantástico e resgata a inventividade e o coletivismo das brincadeiras da época. 

Regiane Alves e Mateus Solano são os pais do personagem de Lino AcioliDivulgação


Com direção de Guilherme Fiúza Zenha, o longa é todo desenvolvido a partir da perspectiva de Fernando (Lino Acioli). Ele tem 10 anos e não suporta as obrigações, como ir à escola. Ao encontrar o seu duplo no espelho de seu quarto, o menino o encarrega de cumprir todos os seus deveres.

Enquanto isso, Fernando pode passar todo o dia dedicando-se apenas a brincadeiras como telefone de lata e outras invenções feitas em seu quintal. Assim, a diversão está sempre garantida, e os pais dele (Mateus Solano e Regiane Alves) não pegam no pé do filho.

Mas não é exatamente a trama que sustenta o filme, mas suas situações. ‘O Menino no Espelho’ está mais para uma experiência sob a ótica fantástica de uma criança e sua percepção de mundo.

Todo esse universo pode conquistar o público infantil, mas a trama não é densa o bastante para reter a atenção contínua dos adultos. O que não tira o mérito do longa, já que ele é especialmente dedicado aos pequenos.

Aliás, são as crianças que roubam a cena. Lino Acioli está bem, mas são os atores mirins, que interpretam os amigos de Fernando, os responsáveis pelos trechos mais divertidos. Mateus Solano também vestiu bem o seu papel e foge da figura de pai severo, típica da época.

Mas nada seria desta adaptação de época sem a inventividade e competência da produção, direção de arte e montagem. Mesmo com pouca verba, esse time conseguiu um ótimo resultado. Esteticamente, tudo parece impecável.

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