Por karilayn.areias

Rio - A Ludmilla de ‘Hoje’, CD lançado este mês via Warner Music, é diferente daquela funkeira desbocada conhecida nos bailes como MC Beyoncé. Ludmilla suavizou suas letras, enquadrou o seu funk na moldura pop exigida pelo mercado fonográfico — para viabilizar aparições em programas de TV e shows para toda a família — e seguiu a fórmula pop que transformou Anitta em estrela nacional. Essa atual Ludmilla — que canta um funk já domesticado pelos executivos de sua gravadora (a mesma de Anitta, por sinal) — é a Ludmilla de ‘Hoje’.

Ludmilla segue a fórmula do funk pop em seu primeiro álbum%2C ‘Hoje’%2C gravado com participação de BeloDivulgação

Produzido por Toninho Aguiar, o CD ‘Hoje’ tem músicas assinadas pela dupla de compositores, Umberto Tavares e Jefferson Junior, que fornece repertório para artistas do elenco da gravadora Warner Music (Anitta, entre eles). Uma dessas músicas é ‘Não quero mais’, balada de sotaque r & b gravada por Ludmilla em dueto com o cantor Belo.

Projetado nacionalmente nos anos 1990 como cantor de ‘funk melody’, vertente mais palatável do funk, Buchecha também figura no primeiro álbum de Ludmilla. O cantor é convidado de ‘Tudo vale a pena’ (Wallace Vianna e André Vieira), música feita bem ao seu estilo pop.

De todo modo, justiça seja feita, Ludmilla também põe sua marca autoral no repertório do disco. Seu ‘batidão’ impera em faixas como ‘Amor não é oi’, ‘Garota recalcada’ e ‘Sem querer’. Assim como Anitta, Ludmilla tem o mérito de dar voz ativa às mulheres em suas letras. Essa postura altiva é renovadora no universo do funk, que sempre tratou mal as mulheres, apontadas como ‘cachorras’ e vistas como mero objeto da satisfação sexual masculina.

Com Anitta e agora com Ludmilla, as mulheres tomam o poder no funk. O que talvez explique o sucesso espontâneo de Ludmilla desde que jogou na internet sua música ‘Fala mal de mim’. Resta saber se Ludmilla vai manter o apelo pop e popular de Anitta. A batida, afinal, é a mesma.

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