Rio - Essa é a sétima vez deles no Brasil, a quarta no Rio. E os fãs não se cansam, já que a banda escocesa Franz Ferdinand agora chega à cidade graças à mobilização do público, através da plataforma de financiamento coletivo Queremos, para um show no Vivo Rio amanhã.

“Estamos muito empolgados, o público brasileiro é incrível”, contou o vocalista Alex Kapranos em entrevista ao DIA. “Já são quatro anos desde a última vez em que estivemos no Rio. Mas me lembro bem, porque era meu aniversário e nós saímos, fomos a um lugar bacana, que estava tocando música da Tropicália. Acho que o Rio é lugar mais perfeito para se divertir no planeta”, diz, sem medo do clichê.
As apresentações anteriores foram no Circo Voador, em 2006, e na Fundição Progresso, no mesmo ano e em 2010. “A primeira vez na cidade causa um grande impacto”, garante Kapranos. Mas, quando um artista viaja tanto, não rola de nem saber direito onde se está? “Às vezes acontece, sim, mas, quando você está no Rio, tem uma ideia bem boa de onde está (risos)”, diz.
Gente fina, ele soa sincero ao falar do país. “Nós temos amigos no Brasil. Espero que a gente tenha chance de passear um pouco, vamos chegar no Rio na véspera do show. Queremos pelo menos conseguir ir à praia”, deseja. Ex-colunista de gastronomia do jornal inglês ‘The Guardian’ e autor do livro ‘Sound Bites: Eating on Tour with Franz Ferdinand’ (ed. Penguin), que compila textos publicados por ele (do Brasil, ele elogia churrasco e sorvete de milho), Kapranos derrete-se ao falar das delícias que provou aqui.
“Mal posso esperar para comer aí! Sempre acabo comendo muito ‘dulce de leche’”, diz, talvez confundindo o português com o espanhol por ter falado para esta reportagem do Uruguai. “E eu sou praticamente vegetariano, mas no Uruguai e no Brasil como tanta carne! É maravilhosa!”
O grupo traz ao país a turnê do disco ‘Right Thoughts, Right Words, Right Action’, lançado ano passado. “Tento fazer o set list que eu, como fã, gostaria de ouvir. Então vamos tocar sucessos como ‘This Fire’, ‘Walk Away’, ‘Take me Out’. Mas também faixas do disco novo, como ‘Love Illumination’ e ‘Right Action’. E algumas surpresas”, promete o vocalista, que jura não se cansar de tocar os hits há tantos anos.
“É completamente diferente a cada vez que nós tocamos uma música. A gente responde à reação da plateia. Eu nunca fico entediado. Fico nos aeroportos, esperando a passagem de som... Mas adoro o processo criativo. Vejo bandas reclamando, mas acho que o meu trabalho me permite fazer coisas incríveis que eu sempre quis!”, comenta o escocês.
O novo disco marca uma boa fase, mas os integrantes do Franz Ferdinand admitem que chegaram a pensar em acabar com a banda. “Tivemos altos e baixos, como acontece com tudo que você faz em excesso. Mas, depois que passou, foi positivo. Nos demos conta de que somos irmãos, que queremos estar juntos. E, quando você passa por algo assim, isso só te faz gostar ainda mais! Tudo volta com intensidade ainda maior, faz você se sentir vivo.”
ÁLBUM NOVO À VISTA
Há 12 anos no Franz Ferdinand junto de Bob Hardy (baixo), Nick McCarthy (guitarra, teclado e vocal) e Paul Thomson (bateria, percussão e vocal), Kapranos (guitarra e vocal) evita fazer um balanço desse tempo de banda. “Tento não olhar muito para o passado. Sempre gosto de pensar no disco que estou para fazer”, garante.
E vem álbum novo por aí, por sinal. “Depois do fim da turnê sul-americana (domingo, em Bogotá, na Colômbia), vamos dar uma parada de uns cinco ou seis dias, e começar a gravar em Londres”, adianta. “Vai ser muito diferente dos outros, em parceria com a banda americana veterana Sparks (pioneira do glam rock nos anos 70), e já temos todas as faixas. E eu deveria parar de falar, porque sempre falo demais sobre os álbuns antes de lançar”, ri ele.