Rio - O Carnaval sempre fez parte da vida de Eliza Lacerda, 33 anos — ou simplesmente Lila, nome artístico que escolheu para lançar seu primeiro EP, homônimo. “Eu frequentava o Carnaval de rua de Ouro Preto (MG) quando era criança. Quando esse movimento começou a voltar aqui no Rio, entrei para o Bangalafumenga e fiquei lá dez anos”, conta ela, que hoje canta e toca surdo de terceira no bloco Fogo e Paixão, dedicado ao repertório brega, em especial de Wando (1945-2012).
O som de ‘Lila’ tem lá seus toques carnavalescos, mas é puramente MPB com sentido pop. Ao lado dos produtores Lucas Vasconcellos (Letuce) e Iky Castilho, ela trouxe para o repertório canções como ‘Strobo’, a irônica ‘Bicheiro do Meu Samba’ e o batidão ‘Aparição’, compostas por ela e por amigos como Domênico Lancellotti, Alberto Continentino e João Bernardo. Algumas músicas já haviam aparecido em discos de músicos como André Carvalho e da Banda Dinda (de João Bernardo).
“A gente se baseou mesmo na canção. Mesmo tendo teclado, uma ou outra programação, tudo funciona perfeitamente em voz e violão. Quis trazer tudo para os dias de hoje, mas o tradicional é mais a minha praia”, diz. “Eu decidi que queria um disco carioca e que ele teria um samba e um funk. São os estilos musicais mais ligados à cidade, os que as pessoas reconhecem como cariocas.”
Bem antes do primeiro EP, a cantora (nascida no Amapá e vinda para o Rio ainda na infância) tinha se lançado com seu nome verdadeiro pelo selo Albatroz, do compositor e produtor Roberto Menescal. “Mas era para projetos especiais deles. Gravei um disco infantil em inglês com temas de bossa nova para ser lançado no Japão. Eles gostaram do resultado e fizemos mais três nessa mesma linha.”
Publicitária que deu um tempo na profissão por causa da música, Lila já tem uma pequena agenda de shows solo a lhe esperar. No dia 26 de maio, ela mostra o repertório do EP no Oi Futuro de Ipanema. As seis faixas do álbum podem ser ouvidas e baixadas por enquanto apenas no site www.lilamusica.com.br ou em aplicativos digitais como o Spotify e o iTunes.
“Acredito que o disco não vá sair em CD, não. Gostaria de poder lançar em vinil, como vários amigos estão fazendo. Eu mesma já desapeguei de CD, acabo ouvindo mais música digital. Só compro quando algum amigo lança, porque você acaba levando como se fosse a lembrança do show”, diz.