Por bianca.lobianco

Rio - Uma das protagonistas da extinta série ‘Sexo e as nêga’, criada por Miguel Falabella, a atriz carioca Lilian Valeska é também uma ótima cantora. Integrou nos anos 1990 o trio As Sublimes, criado para ser versão nativa do trio norte-americano The Supremes, mas foi no elenco de musicais do teatro carioca que Valeska pôde mostrar todo seu poderio vocal. Espectadores de espetáculos como ‘Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos’ conhecem o poder dessa voz ‘black’ lapidada nos coros da Igreja Presbiteriana da Penha.

No rastro da popularidade obtida pela atuação na série da TV Globo, Valeska volta à cena somente como cantora e lança, enfim, seu primeiro disco solo, ‘Elas’. 

Destaque no elenco de musicais do teatro carioca%2C Lilian Valeska lança seu primeiro álbum solo%2C ‘Elas’Divulgação

‘Elas’ é um disco que celebra as cantoras que fizeram a cabeça de Valeska. São cantoras do Brasil em sua quase totalidade. A exceção é a norte-americana Donna Summer (1948-2012), de quem Valeska canta versão em português de ‘Last dance’ (Paul Jabara, 1978). Intitulada ‘Dancei’, essa versão, escrita por Miguel Falabella, começa em tom sofrido que se ajusta ao tom dramático do canto de Valeska. Mas logo cai na pista, evocando os ‘dancin’ days’.

De modo geral, ‘Elas’ é disco que situa Valeska longe da dramaticidade que favorece seu canto. Em disco, as interpretações da cantora soam menos teatrais do que no palco. Mas a beleza de sua voz salta aos ouvidos em regravações como a de ‘Derradeira primavera’ (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962), canção entoada por Valeska em clima de câmara, em homenagem a Elizeth Cardoso (1920 - 1990).

Sem negar a força da raça, Lilian Valeska também sabe cair no suingue. Tributo a Elza Soares, a lembrança de ‘Edmundo’ — versão marota de ‘In the mood’ lançada por Elza em 1960 — atesta o balanço da discípula. Valeska reverencia também Alcione (‘Não deixe o samba morrer’, 1975), Elis Regina (1945 - 1982) (‘Jardim de infância’, 1976) e ‘Sandra de Sá (‘Não vá’, 1986). São elas por ela!

Você pode gostar