Por daniela.lima
Luis Pimentel%3A Tem de um tudo na FlipNei Lima / Agência O Dia

Rio - De cabelos grisalhos e olhar sóbrio, a argentina e cidadã do mundo Beatriz Sarlo participa hoje da mesa de abertura da Flip. De cabelos grisalhos e olhar mítico, o brasileiro e cidadão do mundo Hermínio Bello de Carvalho participa de uma das mesas de encerramento, no domingo, dia 5. Escritora, ensaísta e crítica literária, Beatriz conversa sobre o tema ‘As Margens de Mário’ com os escritores e estudiosos da obra do ‘Mário’ em questão, Eduardo Jardim e Roberto Moraes. Hermínio, que é poeta, dos bons, compositor e produtor musical, divide o palco na tenda dos autores com um dos mais importantes e severos críticos da MPB de todos os tempos, José Ramos Tinhorão. E eles vão falar, também, do Mário, que por sua vez fazia literatura e amava a música.

O Mário é o de Andrade (1893-1945), pai da Pauliceia Desvairada e do herói sem caráter Macunaíma, o homenageado deste ano na sempre interessante, agitada e um tanto ou quanto folclórica Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. Sabe-se que Mário de Andrade, o intelectual refinado que também bateu pernas aqui pelas ruas do Catete, curtia bastante o folclore.

A Flip deste ano tem de um tudo. Quatro dezenas de escritores brasileiros e estrangeiros vão ocupar as mesas de debates, os bares charmosíssimos (cuidado com os preços!) e as calçadas históricas com falações que vão passear pela música, a arquitetura, a política (nacional e internacional), o erotismo e outras bossas. E com a literatura também. Muita literatura, em prosa e em versos, contemplando ainda o romance policial e a crítica literária. Upa-lelê!

Os cinco dias de festas e debates irão presentear o público com participações bacanas. Destaco desde já os encontros que juntam os poetas Eucanaã Ferraz (do Rio) e Antônio Risério (da Bahia), Jorge Mautner e Marcelino Freire, Roberto Pompeu de Toledo e Carlos Augusto Calil, Ana Luisa Escorel e Aulete Waldman, Eliane Robert Moraes e Reinado Moraes, Arnaldo Antunes e Karina Buhr.

Teremos presenças ilustres, daqui e de fora (como as estrelas Roberto Saviano, Colm Tólbín, Matilde Campilho, Artur Avila e Leonardo Pagura). Temas intrigante e ainda não digeridos, como o massacre dos criadores do semanário satírico francês ‘Charlie Hebdo’, estarão em pauta, na palestra do cartunista europeu Riad Sattouf, que vai provocar o debate com os limites do humor no universo dos cartuns e das publicações humorísticas em todo o mundo. Aliás, humor tem limite?

***
A partir de hoje estarei por lá, de onde enviarei textos diários para os leitores do DIA, contando ou cantando (já que a música estará no ar e em diversas mesas) o que rola na Festa.
Paraty é aqui.

Você pode gostar