Por tiago.frederico

Rio - Em agosto faz 50 anos que Roberto Carlos começou seu reinado na Jovem Guarda. A efeméride vai motivar discos e eventos nostálgicos. Na contramão da saudade, o grupo carioca Lafayette & Os Tremendões — criado em 2004 em torno da figura lendária do tecladista e organista carioca Lafayette Coelho Vargas Limp — apresenta 10 músicas inéditas em seu segundo álbum, ‘A Nova Guarda de Lafayette & os Tremendões’, produzido por Berna Ceppas e Renato Martins para o selo Discobertas.

Como previsível, nenhuma das dez músicas inéditas do disco tem cacife para se tornar um clássico popular como as canções simples do repertório da Jovem Guarda. Mas a maioria evoca o universo das ‘jovens tardes de domingo’, com o auxílio do som dos teclados de Lafayette, cujo órgão resiste ao tempo como uma das marcas registradas do som da Jovem Guarda. Tal som está bem nítido, aliás, em faixas como ‘Não vale mais nada’ (Gabriel Thomaz).

O grupo carioca Lafayette %26 os Tremendões canta músicas inéditas%2C de sua autoria%2C no CD ‘A nova guarda’Divulgação Discobertas / Felipe Diniz

Aliás, o disco abre com tema instrumental, a música-título ‘A Nova Guarda de Lafayette & os Tremendões’, na qual se ouve o som de Lafayette. Na sequência, o CD apresenta duas músicas que remetem realmente ao clima da Jovem Guarda, ‘Só verão’ e ‘Eu tenho mil garotas’, cantadas pelos seus (respectivos) compositores, Nervoso e Renato Martins.

Cabe destacar também ‘Tem quem quer’ (Renato Martins), canção solada por Érika Martins que rebobina o discurso simples e direto do cancioneiro da Jovem Guarda. Repertório celebrado, com certa nostalgia, em ‘As canções da minha idade’, música cantada e composta por Nervoso.

‘A Nova Guarda de Lafayette & os Tremendões’ somente sai radicalmente do tom e do clima em ‘Deixa que eu deixo’, carimbó de Renato Martins que nada tem a ver com o iê iê iê romântico da turma de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e cia. A Jovem Guarda conquistou o Brasil sem tanta diversidade rítmica...

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