Por fernanda.macedo
Rio - O rap ‘Incursão policial’, alocado na abertura do álbum ‘Contemporâneo’, de MV Bill, conta uma história que você lê quase diariamente nas páginas de 'O DIA'. O ‘rapper’ da Cidade de Deus narra uma batida policial na favela que termina com a morte de uma criança inocente e com ônibus incendiados em protesto por essa morte injusta.
O rap versa em 'Contemporâneo' sobre traficantes e inocentes mortosDivulgação

‘Incursão policial’ é um dos destaques deste álbum em que Bill reporta tensões urbanas que envolvem policiais e moradores das comunidades. Mas o discurso do ‘rapper’ é feito sob óticas diversas. ‘Menino do tráfico’, rap turbinado com a intervenção de Kmilla CDD, versa sobre garotos pobres e negros, vítimas das injustiças sociais e da engrenagem movida pelo consumo e venda de drogas. Já ‘Cê é louco’ narra a sina de traficante que vende cocaína para viciados ricos da elite carioca. No rap ‘Egresso’, a personagem da letra é um criminoso reincidente que tenta sobreviver no inferno da prisão.

O disco ‘Contemporâneo’ se afina com o discurso direto disparado por MV Bill desde o primeiro álbum, ‘Traficando informação’, de 1999. Como trata de temas pesados, o disco também soa cheio de tensão e de batidas graves. MV Bill investe no trap (vertente do rap) sem se afastar de seu som original. 'Contemporâneo' fala sobre sujeiras que a sociedade prefere esconder debaixo do tapete. Mas que estão todos os dias nos jornais...